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Análise: “Concrete and Gold” – Foo Fighters

Análise: “Concrete and Gold” – Foo Fighters

“Concrete and Gold” é o nono álbum dos Foo Fighters. Conheça a nossa opinião e diga-nos a sua.

Três anos após o empreendimento de “Sonic Highways” que resultou numa série televisiva documental que retratava a história musical de oito cidades americanas e no resultante álbum dessas viagens, Dave Grohl e companhia estão de regresso com “Concrete and Gold”, um dos lançamentos musicais mais importantes do ano e que demonstra bem a importância que os Foo Fighters têm neste momento no mundo do Rock.


Grohl sabia bem o que tinha a fazer neste álbum. Tinha de voltar a provar (se necessário fosse) perante o mundo da música que sabe sair da sua zona de conforto. E de facto isso acontece em “Concrete and Gold”.

Dave indicia logo no início que pretende cantar uma música de amor e avisa que vamos ter o que merecemos. Se assim for, então devemos ser boas pessoas. “T-Shirt” inicia o álbum com uma subtileza não habitual no reportório dos Foo, mas logo depois somos confrontados com a crueza dançável de “Run”, e aí sim entramos em “Concrete and Gold”. Apesar de já conhecermos “Run” como o primeiro single de avanço do álbum, se não a conhecêssemos, sabíamos logo identificar de quem era. Rock épico, e um vocalista muito vocativo.
E se não ficaram totalmente convencidos com a música quando ela foi divulgada (incluo-me nesse lote), podem ficar descansados, porque dentro do pacote completo (i.e ‘Concrete and Gold’) faz muito mais sentido, e sai favorecida do contraste evidente com a abertura do disco.

À entrada da terceira música, “Make it Right”, deparamo-nos novamente com um registo que não associaríamos de imediato à banda. A voz de Dave não é tão áspera e agressiva como habitual em “Make it Right”, logo depois estilhaçar a sua garganta em “Run”. A versatilidade da banda numa música que podia muito bem ter sido escrita por Paul McCartney (que é convidado especial neste álbum). Tal como acontece com “The Sky is a Neighborhood” e “La Dee Da” que já tínhamos tido contacto no NOS Alive, ambas com a ajuda de Alison Mosshart nos vocais.
“Dirty Water” é mais um exemplo que pode ser usado para justificar a ideia que foi passada para promoção do álbum. Soa a “versão de Sgt.Pepper feita pelos Motorhead”. Apesar de parco em elementos psicadélicos, a afirmação representa bem a mudança constante de tom e volume deste álbum. E a forma como tudo se agrupa correctamente, é o grande trunfo e o que nos mantém ligados a este projecto.

A toada musical mantém-se em “Arrows” e em “Happy Ever After (Zero Hour)”. Este par de músicas faz lembrar a experiência que a banda levou a cabo em “In Your Honor”, disco duplo, em que num dos discos tínhamos uns Foo macios, em acústico, e no outro uns Foo com ordem para atacar a ferida. Aqui isso acontece dentro das próprias músicas e com uma naturalidade não vista em “In Your Honor”.

Em “Sunday Rain” temos o prazer de ouvir Taylor Hawkins a cantar, e que bom é ter dois bateristas desta craveira que sabem cantar. Com um swing e sensualidade que poderá ter sido inspirada na abordagem mais dançável dos amigos Queens Of The Stone Age, que encontravam-se a gravar o seu “Villains” a escassos metros da gravação de “Concrete and Gold”. “The Line”, o último dos singles conhecidos, a par de “Run”, é talvez a música mais aproximada do que costumamos ouvir dos Foo Fighters.
A faixa-título fecha o álbum com um som sombrio e pesado e que serve bem o propósito de finalizar a experiência auditiva de 48 minutos.

Notam-se claramente as influências dos membros da banda neste álbum, e são utilizadas em conjunto para criar um conjunto de 11 músicas que funcionam muito bem em conjunto. A fórmula não é nova, é Rock, do bom.
Qualquer que seja a opinião sobre Dave Grohl e os Foo Fighters (sabendo que nada é consensual neste mundo), é de louvar esta atitude da banda em querer apresentar um álbum competente e consistente de início ao fim, sabendo bem que cada vez mais se ouve música de forma imediata e que as escolhas recaiem cada vez mais nos singles marcantes.
Depois do grande concerto no NOS Alive’ 17, esperamos que a banda regresse rapidamente para apresentar as novas músicas de “Concrete and Gold”.

“Concrete and Gold” não terá os singles de outrora, e isso poderá prejudicar a recepção do álbum por parte do grande público, mas é o álbum mais completo e interessante dos Foo Fighters em muitos anos.

Melhores faixas: “Dirty Water”, “Make it Right”, “The Line” e “Sunday Rain”

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