Ana Bacalhau lançou no dia 20 deste mês o seu primeiro álbum a solo, “Nome Próprio“, e nós tivemos a oportunidade de falar um pouco com a artista sobre o álbum, sobre o grande momento que está a viver, tanto pessoalmente como profissionalmente.
Ao fim de uma década e quatro álbuns nos Deolinda, Ana Bacalhau apresentou aos fãs, o seu primeiro grande álbum a solo, que é energético, é alegre, e acima de tudo é uma personificação da Ana. As músicas “Só Eu“, “Menina Rabina” e “Deixo-me Ir” contam com a assinatura da cantora, já as restantes músicas que compõem o álbum estão assinadas por artistas como Miguel Araújo, Samuel Úria, Jorge Cruz, Nuno Prata, Afonso Cruz, Nuno Figueiredo, Capicua, Márcia, Carlos Guerreiro e Francisca Cortesão.
“Nome Próprio” conta ainda com uma música extra na sua edição especial, “Dama da Noite” que foi escrita pela dupla António Zambujo e João Monge. O álbum foi produzido por João Bessa e Ana Bacalhau e conta com a participação de Luís Figueiredo (piano e teclados), Luís Peixoto (cavaquinho, bouzouki, banjo), Zé Pedro Leitão (contrabaixo, baixo) e Alexandre Frazão (bateria, percussão), que vão acompanhar a artista na digressão do seu álbum.
Já em Janeiro, podemos contar com dois grandes concertos de Ana Bacalhau, um em Lisboa, no Tivoli e depois no Porto, na Casa da Música. Leiam abaixo a entrevista em exclusivo à CA Notícias e fiquem a saber um pouco mais de “Nome Próprio” e de Ana Bacalhau.
CA Notícias (CA) – “Nome Próprio” é o teu primeiro álbum a solo. Como te sentes?
Ana Bacalhau (AB) – Sinto-me acima de tudo, muito feliz e realizada. Alcancei os objectivos que tinha para este projecto e com este trabalho conto um pouco mais da Ana, em todas as facetas que a Ana tem.
CA – Este ano está a ser um ano de conquistas, foste mãe e lançaste o teu primeiro álbum a solo. Como está a ser gerir essas emoções todas?
AB – Tem sido um ano de muito crescimento para mim e está a ser fabuloso. A maternidade fez-me crescer muito como mulher e está a ser uma experiência fantástica. Sinto que foi um ano de muito crescimento, de muita maturidade e segurança.
CA – Qual foi o motivo que te levou a querer seguir o caminho a solo agora?
AB – Senti que já estava segura e confiante o suficiente para avançar agora. Havia um espacinho na carreira dos Deolinda que me permitiu ter tempo para o fazer agora. Depois de quatro discos com datas apertadas na agenda para serem lançados, houve finalmente um espaço para isso este ano. Por isso durante este ano e o próximo vamos todos avançar com os nossos projectos individuais, para quando regressarmos todos ao projecto comum, os Deolinda, todos tenhamos novas experiências pessoais, que nos fizeram ganhar novas aprendizagens e nos permitiram crescer ainda mais como artistas.
CA – Como nasceu a ideia de “Nome Próprio” e onde foste buscar a inspiração?
AB – É o meu primeiro disco a solo e conta a Ana. Achei que era o nome perfeito para ele, porque me representa em todas as minhas facetas e mostra um pouco mais da Ana que todos conhecem dos Deolinda.
CA – Que álbuns ou artistas te inspiraram para este álbum?
AB – Tive duas grandes inspirações para este projecto, Os ritmos anglo saxónicos de António Variações e os ritmos tradicionais portugueses de Fausto. Quis juntar esses dois mundos e criar um mundo meu com inspirações de ambos. Não foi fácil, mas valeu a pena.
CA – Qual foi o maior desafio que sentiste ao longo da criação deste projecto?
AB – Foi sem dúvida casar duas linguagens musicais muito distintas e ao mesmo tempo pensar na instrumentação para tornar o álbum diferente dos Deolinda. Por exemplo, aqui há teclados em vez de guitarras artísticas.
CA – No álbum temos músicas escritas por vários compositores. Como foi trabalhar com eles?
AB – Eu sou uma interprete, adoro dar vida e dar voz ao que escrevem. Adoro representar através do que me dão. Sou uma grande admiradora de todos eles, por isso esta foi a oportunidade ideal para trabalhar com todos eles. O que eu fiz foi pedir a cada um deles que me escrevessem sobre a visão que cada um tem da Ana e depois peguei nisso e a música surgiu. Foi maravilhoso, revi-me em todas as letras que eles escreveram sobre mim.
CA – Este álbum dá-nos a conhecer um pouco mais de ti e das tuas várias facetas. Para quem não o ouviu, o que pode esperar dele?
AB – Podem contar com a Ana energética que conhecem nos Deolinda, ela está lá. É um disco energético, com músicas diversas e sons diferentes, que vão recolhendo bocadinhos do mundo interior da Ana, é um disco cheio de intensidade. É um trabalho que dá a conhecer a todos uma Ana plural.
CA – Tens dois concertos já em Janeiro. O que podemos esperar deles e há algum segredo que possas partilhar connosco?
AB – Tenho imensas surpresas reservadas, no entanto, aviso desde já que não vai haver nada dos Deolinda em nenhum deles. Para quem for ver, poderá contar com um cenário que pretende mostrar as várias facetas da Ana. Vou cantar as músicas deste disco e algumas músicas minhas que alguns já conhecem, enquanto os meus pataniscas (a minha banda) me acompanha. Podem ainda contar com a presença de alguns dos compositores que me ajudaram a criar o álbum.