Luis Santos 
Antes do jogo com o Nacional, mudou-se de discurso, deixou-se para trás a conversa dos 30 pontos, da qualidade do plantel e da ausência de alternativas viáveis; deixou-se para trás o deixa andar que o nosso objectivo é só a permanência, deixou-se de pensar pequenino para pensar, verdadeiramente, à Belém.
Notou-se há uma semana, na Madeira, uma equipa mais aguerrida, ambiciosa, a jogar com garra, alegria, a jogar para os 3 pontos. Embora apesar da derrota, foi uma das melhores exibições da época.
Ontem teve-se a confirmação: a equipa entrou em campo, concentradissima, com alma, solidariedade conjunta, segura de si mesma, muito calma, sem nervosismo, interpretando sempre muito bem os vários momentos de jogo, jogando pela camisola, pelos três pontos.
Nada a haver com a equipa que andou a vaguear durante jornadas e jornadas sem marcar golos e sem vencer para o campeonato.
Ontem, teve-se mais uma prova, que não falta qualidade, não faltam jogadores, só fazem falta os que cá estão, faltavam sim, por seu turno, um discurso à Belém, de ambição, de pensar mais além.
Carlos Martins foi o Maestro, Ventura, o salvador, Pele o coração.
Dá gosto ver este Belenenses que transpira ambição, transpira garra. Vê-se que quer mais e melhor, que quer quebrar barreiras e records, que quer fazer coisas bonitas, que no início da época era impossível, sequer, sonharmos.
E é esse o pensar à Belém, o pensar à Matateu e Artur José Pereira, pensar em grande, nada é impossível e o limite é o céu. Se não formos nós a sonhar ninguém sonhará por nós.
Entramos em campo, no sábado, às 20h15, frente ao Sporting CP, sabendo o resultado da véspera entre FC Porto vs V. Guimarães. E de um momento para o outro, se tudo correr na normalidade no Estádio do Dragão, podemos, em caso de vitória no fim de semana que vem, ficar a três pontos, do 5o lugar. Entraremos assim, na luta direta pela Liga Europa, não ficando à mercê dos finalistas da Taça de Portugal para ir à Europa.
Resta acreditar e resta aparecer no Estádio. Estádio esse que voltará, de novo, aos grandes derbys, aos grandes clássicos.
Basta acreditarmos, basta lutarmos, basta ambicionarmos.
