Miguel Ângelo 
Mais uma semana de Julho com uma nova agenda de espectáculos a não perder. Confiram de seguida, uma pequena selecção dos espectáculos que podem ser assistidos esta semana.
Dia 11, o espectáculo final dos alunos finalistas da ESTC, Motel QT, estará em cena no Teatro Nacional D. Maria II. Este é um tributo a Quentin Tarantino e ao seu trabalho. A leitura e a análise dos argumentos dos filmes e o trabalho colectivo de dramaturgia, resultaram na criação de um texto novo. Fez-se uso das suas personagens e colocaram-se os diálogos em situações totalmente diferentes das originais. Tudo isto aliado a referências exteriores, tais como Alfred Hitchcock, Pedro Almodóvar, Woody Allen e Shakespeare. Com encenação de Ricardo Neves-Neves, em cena até dia 15.
Ainda no D. Maria II, estará também em cena o espectáculo Actriz, de Pascal Rambert. Numa cama de hospital, uma grande atriz espera a visita da morte. O quarto parece não ter espaço nem para mais um ramo de flores e, à sua volta, estão os familiares, os amigos e os companheiros de profissão que fazem questão de ficar até ao fim. Nesta edição do Festival de Almada, o autor e encenador apresenta a versão francesa, que estreou em Paris em Dezembro de 2017, com atores e atrizes que foi buscar aos quatros cantos do mundo.
Dia 14 e 15, Estado de Sítio estará em cena no São Luiz Teatro Municipal. Com encenação de Emmanuel Demarcy-Mota, este espectáculo é baseado na peça de Albert Camus, com o mesmo título, escrita em 1948, pouco depois dos horrores da Segunda Guerra Mundial. A peça coloca uma série de questões com grande intensidade. A luta pela defesa dos valores humanistas perante o terror; a incapacidade de certas pessoas de terem fé, e como isso poderá levá-las a aceitar e sancionar o pior de tudo; o poder do amor, aliado à inexpugnável liberdade individual.
Estará também em cena esta semana, até dia 22, o espectáculo Colónia Penal, no Teatro do Bairro. Esta é uma peça inacabada de Jean Genet, que chegou também a ser um guião de cinema. Trata-se de uma sucessão de cenas com um ténue fio narrativo, ligadas pela presença de um conjunto de personagens, utilizando diversas formas de expressão literária, desde o poema em prosa ao guião cinematográfico, baseando-se, evidentemente, no discurso dramático.
