Assim terminamos o mês de Novembro, e começamos a época natalícia com uma nova agenda de espectáculos. Confiram de seguida, algumas sugestões para esta semana.
Dia 28, A Dança das Raias Voadoras estreia no Teatro Meridional, em Lisboa. Uma noite, as mulheres que restavam daquela terra feita de pó e vento, agarraram nas crianças enquanto dormiam e meteram-nas dentro de um barco. Estas sonhavam que voavam sobre si mesmas, quando o balanço do mar as levou pelo céu da noite adentro. Quando as crianças acordaram já não estavam em terra. Já estavam longe de tudo, à volta era só céu e mar. Esta foi a noite em que o restava daquele lugar se salvou de ser esquecido no tempo. Foi a noite em que as mulheres puderam dormir finalmente, porque a vida delas foi levada pelo barco também. Com texto e encenação de Ana Lázaro, em cena até dia 9.
Dia 29, o Espaço Escola de Mulheres, em Lisboa, recebe o espectáculo Atmavictu. Em momentos que antecedem o sono, alguém canta uma canção que lhe foi cantada na infância. Estamos perante um limbo, onde se divaga sobre o amor, sobre a possibilidade de uma revolução, sobre o planeta Marte, sobre a criação do universo e a origem da palavra orquídea. O que acontece é uma passagem da vida para o sonho. Com texto e direcção de Teresa Vaz, para ser assistido até dia 2.
Também dia 29, Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, estreia no Teatro Lethes, em Faro. Trata-se da criação de um espectáculo com base no exercício de conceber um texto dentro de outro texto numa narrativa de contemporaneidade que convoque à reflexão sobre arquétipos que dominam a nossa vida colectiva, por referência a uma obra emblemática da dramaturgia portuguesa. Para este processo de criação serão convocados elementos de híperrealismo cruzados com elementos simbólicos, visando-se uma tensão dialéctica que tomará corpo na relação entre os actores, e entre estes e o público em domínios de meta-teatralidade. Uma encenação de Luís Vicente, em cena até 26 de Janeiro.
Dia 30 e dia 1, Moi, Corinne Dadat estará no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. Nascido do encontro entre o autor Mohamed El Khatib e Corinne Dadat, empregada doméstica, este poema cénico abraça a ficção e o documentário. Moi, Corinne Dadat é o retrato de uma mulher “invisível. Revelam-se instantâneos da vida, testemunhos da língua e dos corpos que são maltratados do mundo operário no trabalho. Uma história íntima da classe popular.