Miguel Ângelo 
Começamos o mês de Abril com uma nova agenda de espectáculos a não perder. Confiram de seguida as sugestões desta semana para ir ao teatro.
Dia 3, o Teatro Municipal Maria Matos recebe o espectáculo Sobre Lembrar e Esquecer, de Paula Diogo. Esta criação sobre a memória e o esquecimento, realizada por cinco criadoras-intérpretes vindas de lugares diferentes, é o primeiro capítulo de uma trilogia inspirada pelo livro “Les Formes de loubli” do antropólogo Marc Augé. Três espetáculos para refletir sobre o modo como as lembranças operam nas nossas vidas. O que escolhemos recordar ou esquecer, ou o que somos capazes de recordar e esquecer. Em cena até dia 7.
Dia 4, A Minha Existência Involuntária na Terra estreia no Teatro Carlos Alberto, no Porto. Com encenação, dramaturgia e cenografia da autoria de Renata Portas, este espectáculo não se enquadra na corrente do teatro documental ou biográfico. Faz-se sim, através de um diálogo ou confronto com textos de outros autores, como Robert Musil, Fiódor Dostoiévski ou Luigi Pirandello, de onde vem a inspiração e o nome da peça. Um teatro de braço dado com o pensamento, com a filosofia, a filologia, que interrogue, tudo: o gesto teatral, a convenção, o dia a que chamamos Hoje. Para ser visto até dia 8.
Dia 5, O Vigilante Nocturno estará na Casa das Artes de Famalicão. Uma nova criação do Teatro da Didascália e o segundo numa linha de criação que vai ao encontro da manipulação dos materiais, a partir dos quais a mão humana se serve para manipular, transformar e esculpir, dando asas a uma necessidade profunda e intrínseca do ser humano: criar. Uma encenação de John Mowat, em cena até dia 7.
Dia 7, o Teatro Municipal Amélia Rey Colaço, em Algés, recebe o espectáculo Manuel. Esta é uma homenagem à infância, vivida no ambiente rural português. Uma homenagem à inocência de um menino nutrido pelo amor da sua mãe, pelo contacto com a terra e com a natureza. Um espectáculo revestido de símbolos e rituais expressos pela linguagem do teatro de objectos e por ambiências musicais que nos farão sentir a terra como útero da nossa essência e das nossas emoções primárias. Concepção, encenação, interpretação e cenografia de Maria Vasconcelos.
