Entramos no mês do Outono, mas sem sinal do mesmo. O calor continua e convida a sair de casa para ir ao teatro. Ficam de seguida, algumas sugestões para esta semana.
Dia 3 e 4, Bonecos de Luz estará em cena no Theatro Circo, em Braga. Zé Pardal é um “filho das ervas”. Depois de Deolindo ter dispensado a sua companhia na pedincha e de Biganga lhe ter causado uma das maiores desilusões da vida à conta do seu medo de trovoadas, Zé Pardal encontra refúgio na olaria do viúvo Paulino. Um dia, assentam arraiais no pátio os homens dos bonecos de luz: um par de projetistas ambulantes que exibem pedaços de fitas do Charlot. Charlot há de ensiná-lo a fintar uma realidade madrasta, marcada pela desigualdade.
Dia 4, o Teatro Municipal Rivoli, no Porto, recebe o espectáculo, Late Night, da companhia Blitz Theatre Group. Este é o fim do mundo (em grego): o grupo dança, em palco, uma valsa surreal sobre as ruínas da Europa, num momento pleno de melancolia e com um fino e requintado sentido de humor. Quando tudo se desintegra, o que podemos fazer? Talvez esperar… e esperar que o tempo passe. Mas porque não aproveitar esse tempo para dançar e ouvir música?
Dia 5, Do Bosque Para o Mundo, de Miguel Fragata & Inês Barahona, estará no Teatro do Campo Alegre, no Porto. Será que as histórias reais da atualidade transbordam os limites da crueza do imaginário tradicional? Do Mundo, o que escolhemos contar? Aqui é nos contada a história de Farid, um rapaz afegão de 12 anos, com uma história que poderia ser igual à de muitos outros rapazes, não fosse ter sido enviado pela mãe para a Europa, para um sítio seguro. Farid é um refugiado e confronta-nos com a dureza e a coragem.
Dia 6, (I)migrantes, do Teatro do Nordeste, sobe ao palco do Teatro Lethes, em Faro. A partir de entrevistas a refugiados de guerra, imigrantes ilegais, operacionais das forças de segurança, técnicos de entidades de acolhimento, voluntários de organizações não governamentais, este é um só relato escrito e posto em cena por um conjunto de criadores com vontade de “mergulhar” no Mediterrâneo, em 2017, à procura de respostas para uma das grandes questões do nosso tempo. Um espectáculo forte, comovente, poético, provocador e inesperadamente divertido.