Em 1990 saiu o primeiro Fire Emblem para a velhinha NES e desde então muitos, muitos anos passaram. Mais de 15 jogos depois, chega-nos Fire Emblem: Three Houses, uma obra de arte e, provavelmente, um dos pontos mais altos da história que conta com quase 30 anos da série.
Para quem não conhece Fire Emblem é um jogo com um motor de combate por turnos, mesmo old school, em que guiamos arqueiros, magos, cavaleiros ou mesmo personagens voadores, enquanto te vais organizando e aumentando os poderes dos teus personagens, ao belo estilo RPG.
Fire Emblem: Three Houses é um jogo com uma linha de história bastante forte em toda a sua duração, com belíssimas cenas animadas topo de gama, principalmente sendo um exclusivo de Nintendo Switch. É uma história principal brilhantemente construída. O combate é expandido em relação aos anteriores e ainda mais refinado.
Neste Fire Emblem, estamos em Fódlan (nada de brincadeiras com o nome!), que é composto por três reinos. O que une estes três reinos é o Mosteiro Garegg Mach conduzido pela Igreja de Seiros.
Neste mosteiro existe uma escola que ajuda os jovens residentes nos reinos a se prepararem para a vida, como uma escola tanto de combate como de preparação para o seu futuro.
Cada personagem do jogo tem um nome, uma personalidade e suas próprias narrativas, não apenas como parte de uma pequena história. Até porque, com o desenrolar do jogo, vais conhecer as histórias mais pessoais de todos os outros personagens.
Atenção para quem quiser jogar este jogo em modo portátil na Switch, pois pode ter alguma dificuldade ao ler alguns textos por serem pequenos. Obviamente que se jogares num televisor não vais ter problemas! Engraçado que, num jogo tão grande, foi o único problema gráfico que eu apanhei.
Jogas com um personagem mudo, masculino ou feminino, que, sob circunstâncias muito incomuns, principalmente por ser da idade da maior parte dos alunos, torna-se professor nessa academia militar. Esta é controlada pela Igreja e frequentada pelos tais jovens, homens e mulheres, com muitas aptidões.
Eles estão divididos por três casas – Black Eagles, Blue Lions, Golden Deer – e uma das primeiras decisões que tens que tomar é qual grupo vais tomar conta como professor. Não é totalmente errado, mas também não é 100% correto dizer que tens três histórias diferentes, isto porque muitas histórias se entrelaçam entre as casas e podes sempre recrutar lutadores de outras casas. Porém, em cada casa é diferente e os personagens chave de cada casa têm uma personalidade bastante vincada. Atenção que, sendo a história o ponto forte do jogo, tens bastantes coisas para aprender com os habitantes do mosteiro e as tuas respostas nos diálogos também interferem no seguimento da história. Pena que seja apenas de forma bastante subtil.
O jogo está dividido basicamente em duas partes uma é a narrativa dentro do mosteiro, onde vais conhecer as personagens, tens um calendários com as várias actividades dos meses, e tens um controlo sobre o tempo que tens livre, nesse tempo livre podes realizar missões para os habitantes e assim melhorar a relação isso vai influenciar as tuas batalhas no jogo, é incrível a quantidade de coisas que podes fazer no jogo e a influência disso no campo de batalha.
Logo no tutorial do jogo, ficas a conhecer o teu calendário. Este calendário está dividido por meses e em cada mês tens uma batalha. Essa batalha é o que vai dar seguimento à história principal, mas, até essa batalha, tens de preparar tudo. Tens sempre um dia de descanso, onde tens missões secundárias, que vão ajudar sempre alguém no mosteiro. Isto vai melhorar a maneira como os alunos e staff do mosteiro olham para ti.
No campo de batalha este jogo brilha e torna-se num dos mais emocionantes da franquia até agora. É o primeiro jogo em HD da série, em que a fidelidade extra é bem aproveitada, com um sistema de câmara que permite aumentar o zoom para conseguir ver um grande campo de batalha. Por outro lado, dá também para visualizar onde os teus personagens se encontram. Do ponto de vista táctico, tens de pensar muito bem antes de fazer qualquer tipo de movimento, pois com apenas um movimento errado, podes expor o teu jogador a um ataque.
As animações dos ataques estão muito bem feitas e muito fluidas. Um dos momentos altos do jogo, e mesmo depois de vários combates, é que ficas a ver aquilo como se fosse a primeira vez… muito agradável mesmo.
Para vencer uma batalha, em Fire Emblem, vais ter de planear eficazmente os teus vários personagens. Agora até é mais fácil fazer isso, graças a melhores previsões de batalha e gráficos melhores. No entanto, atenção, não arrisques personagens, porque se não activares a opção deles ressuscitarem e tiveres o azar de te morrer um personagem, podes dizer-lhe adeus para sempre!
Obviamente que não nos podemos esquecer que isto é um RPG e aí a evolução dos teus personagens é constante: quanto mais entrares em combate, melhor os teus personagens vão ficando. Podes até fazer ataques conjuntos com outros personagens que te vão fazer desbloquear novas habilidades.
Tens vários tipos de personagens à escolha e, aqui, este jogo não deixou mesmo nada ao acaso! O combate é, certamente, um dos pontos mais altos do jogo, mas não penses que vais ter a vida fácil, já que os combates chegam a ser bastante desafiadores e complicados.
Mantendo todos os elementos principais da franquia, Fire Emblem: Three Houses veio trazer de volta uma das mais aclamadas séries, de forma divertida e desafiante. É um jogo cheio de conteúdo, com perto de 40 horas de gameplay no main quest e com muito mais para oferecer. É, sem dúvida alguma, um jogo obrigatório para quem tem uma Nintendo Switch.