Passados exactamente 10 anos desde a primeira edição do Red Bull Air Race World Championship, os portugueses mostraram hoje as saudades que tinham e o quanto gostam deste desporto repleto de adrenalina e acrobacias aéreas, atingindo um recorde absoluto de lotação, com 250.000 pessoas espalhadas entre as margens do Rio Douro.
O dia começou cedo, com a terceira sessão de Treinos Livres da Challenger Class (a categoria destinada aos novos talentos da aviação desportiva) seguida dos treinos da Master Class (a categoria dos consagrados). Durante a tarde tivemos a tão ansiada Qualificação e o canadiano Pete McLeod continua a dominar nas provas, sendo assim o favorito de amanhã.
McLeod fez o tempo mais rápido da qualificação, com o tempo final de 1:07.192, deixando um sinal sério aos seus adversários, de que tudo vai fazer para sair do Porto com a primeira posição no campeonato, que é ocupada pelo americano Kirby Chambliss. Cinco pilotos ficaram a menos de um segundo do canadiano, entre eles Yoshihide Muroya, que só hoje testou o percurso do Douro, uma vez que ontem teve uma fissura no seu avião, o que o impediu de voar.
Juan Velarde e Cristian Bolton não participaram na Qualificação, por problemas técnicos, o espanhol (Velarde) teve um problema na hélice durante a aterragem depois dos treinos e o chileno (Bolton) teve um problema na rádio. Se ambos os problemas forem ultrapassados, poderão participar na corrida de amanhã.
Quanto à Challenger Class, Florian Berger, foi o grande vencedor, mas deixou claro que se vai esforçar para manter o primeiro lugar, “Venci, mas ficámos muito próximos uns dos outros, por isso tudo pode acontecer amanhã“.
No final do dia, durante a conferência de imprensa, tivemos oportunidade de falar com os dois pilotos vencedores (Pete McLedo e Florian Berger) e com um dos diretores da corrida, Jim DiMatteo. Para DiMatteo, foi bom o regresso ao Porto, uma vez que todos adoraram voar por cá em 2009, no meio de tantos edifícios históricos, de pontes e de uma paisagem tão bonita. O diretor da corrida referiu ainda que voar no Porto não é tão fácil quanto parece, uma vez que temos um percurso linear, com o rio e curvas apertadas.
Florian, disse que está muito contente por estar cá. E que a principal diferença entre as duas classes é “que na Challenger são 9 pilotos em que apenas 6 estão a competir, não existem equipas, só há uma taça única e os aviões que pilotam são os da Red Bull“. Depois das vitórias do piloto sob o Rio Danúbio, em Budapeste e sob o Oceano Pacifico, Florian disse que “As minhas pistas preferidas são na água, com a ajuda do vento. O Porto enquadra-se perfeitamente nas minhas preferências e o vento aqui tem uma influência enorme“.
Por outro lado McLedo conquistou a quarta vitória consecutiva na qualificação e diz que ele e a sua equipa têm “muita paixão. Quando vim em 2009 estava a iniciar e era um novato na aviação. Por isso, para mim é muito bom voltar. O Porto tem adeptos muito entusiásticos“. Colocou se a pergunta, com três pódios em cinco corridas, o que é preciso para chegar ao primeiro lugar? E McLedo respondeu “A equipa está a trabalhar bem. Os aviões estão bem, acho que o que precisamos é de sorte para ganhar, uma vez que a diferença de pontos entre os pilotos é mínima“. Para ganhar o campeonato, McLedo diz nos que os seus planos são “voar rápido. Faltam três corridas e tudo pode acontecer, não vale a pena pensar demasiado. O que tenho de fazer é voar rápido.” Quanto há pista, “não há grande espaço para erros, as curvas são muito apertadas o que tornam a margem para erros mínima”.
Jim ainda referiu que o que torna o Porto diferente, em termos visuais e técnicos, das outras pistas é “a pista é linear, não deixando espaço para grandes diferenças em relação às edições anteriores. Com as curvas as penalidades estão mais presentes. Em termos visuais, a paisagem é lindíssima e icónica”. Sobre o perigo de fazer estes percursos na cidade, DiMatteo referiu que “em todos os desportos existem riscos, mas como é obvio não podemos um acidente de carro a um acidente de avião. Como tal a segurança é a nossa grande prioridade. O público e a sua segurança são a nossa grande preocupação e a segurança é levada muito a sério. Todos os países têm parâmetros de segurança diferentes e às vezes nós temos mais restrições de segurança do que o país anfitrião.”
Para já temos a seguinte qualificação:
MASTER CLASS | APÓS 5 ETAPAS
1º Kirby Chambliss | EUA | 40 PONTOS |
2º Yoshihide Muroya | Japão | 39 PTS |
3º Martin Sonka | República Checa | 39 PTS |
4º Pete McLeod | Canadá | 38 PTS |
5º Petr Kopfstein | República Checa | 30 PTS |
6º Matthias Dolderer | Alemanha | 24 PTS |
7º Michael Goulian | EUA | 23 PTS |
8º Juan Velarde | Espanha | 21 PTS |
9º Matt Hall | Austrália | 16 PTS |
10º Nicolas Ivanoff | França | 14 PTS |
CHALLENGER CLASS | APÓS 5 ETAPAS
1º Florian Berger | Alemanha | 28 PONTOS |
2º Daniel Ryfa | Suécia | 24 PTS |
3º Luke Czepiela | Polónia | 24 PTS |
4º Kevin Coleman | EUA | 16 PTS |
5º Batiste Vignes | França | 14 PTS |
6º Kenny Chiang | China | 12 PTS |
Amanhã a acção inicia-se pelas 13h, com uma cerimónia de abertura, terminando às 15h30 com a final da Master Class, onde ficaremos a conhecer quem é o campeão da sexta etapa da Red Bull Air Race World Championship. Temos o seguinte programa para o dia de amanhã (que poderá estar sujeito a alterações durante o dia:
11h15 Voo de aferição
11h20 Side act de aviação AT-802F Fire Boss
11h40 Side act de aviação A 320
12h00 CHALLENGER CUP
12h40 Side act de aviação Parapente Manuel Tejero
12h50 Cerimónia de Abertura
13h00 INÍCIO DA CORRIDA
13h00 MASTER CLASS – Ronda de 14
14h00 Concerto: Capitão Fausto
14h20 Side act de aviação YAKs 52
14h25 Side act de aviação Flying Bulls DC-6
14h35 CHALLENGER CUP – Cerimónia de Entrega de Prémios
14h40 Side Act – Paraquedismo Red Bull Skydive Team
15h00 MASTER CLASS – Ronda de 8
15h30 MASTER CLASS – Final 4
15:55 MASTER CLASS – Cerimónia de entrega de prémios
16h35 MASTER CLASS – Celebração dos Vencedores