O 22.º Queer Lisboa – Festival Internacional de Cinema Queer decorre de 14 a 22 de setembro, no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa.
Um dos grandes destaques desta edição do Queer Lisboa é um programa multidisciplinar à volta da temática do VIH/sida, com o título “O vírus-cinema: cinema queer e VIH/sida”, que congrega um ciclo de cinema, uma exposição e o lançamento de um livro de ensaios.
Desde os anos 80 que a epidemia do VIH/sida viu nas expressões artísticas um importante veículo para a representação das vidas e problemáticas daqueles direta e indiretamente afetados pelo vírus, e para a criação de metáforas à volta dessas mesmas problemáticas. Hoje, é reconhecida a importância, não apenas social, mas cultural do cinema que abordou esta temática, na medida em que muitas das obras que focaram a epidemia trouxeram inovações estéticas e narrativas à história do cinema.
O ciclo a ter lugar na Cinemateca Portuguesa e no Cinema São Jorge pretende dar a conhecer os realizadores do vídeo-ativismo do VIH/sida, colocando estas obras de emergência em diálogo com algumas das longas-metragens mais emblemáticas sobre este tema.
No dia 15 de setembro, data do início do ciclo de cinema na Cinemateca Portuguesa, é lançado o livro “O vírus-cinema: cinema queer e VIH/sida”, uma edição da Associação Cultural Janela Indiscreta, organizadora do Festival, com coordenação de António Fernando Cascais e João Ferreira, que reúne um conjunto de ensaios quase todos inéditos onde diferentes personalidades convidadas – de médicos a ativistas, de programadores a críticos de cinema -, escrevem cada uma sobre um filme que aborda esta temática.
O Queer Lisboa inaugura a sua 22.ª edição com Diamantino (2018), de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, vencedor do Grande Prémio da 57.ª Semana da Crítica da última edição do Festival de Cannes. Uma abordagem delirantemente queer e metafísica ao estado do mundo, onde Carloto Cotta interpreta Diamantino, uma estrela mundial do futebol em plena crise existencial, e à mercê das suas manipuladoras e mercenárias irmãs, numa cruzada onde se confronta com expressões neofascistas, a crise dos refugiados na Europa, a modificação genética e a busca da fonte da genialidade. Uma produção da Maria & Mayer (Lisboa), da Syndrome Filmes (Rio de Janeiro) e da Films du Bélier (Paris).
O encerramento do festival é feito com o documentário Bixa Travesty (2018), realizado por Claudia Priscilla e Kiko Goifman e vencedor do prémio de Melhor Documentário do Teddy Award da Berlinale – Festival Internacional de Cinema de Berlim, onde teve a sua estreia mundial, em fevereiro.
O 22.º Queer Lisboa realiza-se de 14 a 22 de setembro no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa.