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The Willoughbys | Crítica Cinema

The Willoughbys | Crítica Cinema

The Willoughbys é a nova aposta da Netflix no cinema de animação. Conheça aqui a nossa opinião sobre o filme.

Crítica feita por: Bernardo Freire (Visão de um Crítico)

Uma das maravilhas do cinema de animação é o seu potencial para explorar temas complexos de forma mais digerível. Vale lembrar que ainda enfrenta um complexo criado pelos estúdios mais populares, o preconceito do final feliz e da redenção dos malfeitores. É quase expectável que o filme de animação contemporâneo marque os créditos com uma positividade irremediável, mas The Willoughbys faz questão de referenciar no início que esta não é essa história.

Depois de Klaus (2019), a segunda produção original de animação da Netflix tem um enredo que faz questionar se os pais devem acompanhar as crianças nesta jornada. Não é todos os dias que se vê neste estilo de cinema um conjunto de filhos a tentar ativamente livrar-se dos seus pais, que é como quem diz, matá-los. Os pais amam-se mas simplesmente estão arrependidos de os ter tido, negligenciando-lhes comida e qualquer tipo de afeto. Entre as crianças, Tim Willoughby (Will Forte) deseja restaurar o bom nome da família, Jane Willoughby (Alessia Cara) é a menina sempre positiva que adora cantar e os Barnabys (Sean Cullen) são gémeos algo sinistros que acrescentam um toque de humor a qualquer situação.

O argumento foi adaptado do conto infantil da autora americana Lois Lowry, com o mesmo nome, e foi realizado para as telas televisivas por Kris Pearn, Cory Evans e Rob Lodermeier. O trio oferece uma animação em 3D que ousa ser diferente quer em temas como arquitetura.

Questões como a adoção, orfandade, abuso parental e abandono estão no centro de The Willoughbys. No entanto, é a perspetiva de que família são as pessoas que te amam e que a consanguinidade não é razão suficiente para estarmos com quem não nos quer bem constituem as mensagens do filme. A ressonância é inegável, principalmente para quem de alguma forma conseguem relacionar-se com algum destes aspetos narrativos.

A dar forma às problemáticas atípicas está um desenho modular de formas geometricamente cómicas, que estão em linha com a tipologia de humor utilizada. Isto é, há um recurso frequente ao humor slapstick, muito físico e absurdo, que está presente para aliviar o ambiente e, por outro lado, existem secções de humor negro e sarcasmo, principalmente da parte do narrador da história: Um gato, com voz de Ricky Gervais, que está sempre atento a tudo. De maneira geral, era nesta frente que o filme podia ter resultado melhor, conseguindo apenas um par de risos e esboços bucais alegres.

Ainda sobre os desméritos, a estrutura episódica da história torna o fio condutor da experiência um pouco débil. Como se o filme fosse uma série de curtas-metragens com princípio, meio e fim, sem relação aparente. O facto de conseguir um desfecho coerente e relevante atenua esta fragilidade e faz de The Willoughbys um sucesso algo inconstante. Não é tão perspicaz como Inside Out (2015) nem tão emocionante quanto Paddington 2 (2017), mas oferece o suficiente para valer a espreitadela.

 

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