in , ,

The Lovebirds (Os Pombinhos) | Crítica Cinema

The Lovebirds (Os Pombinhos) | Crítica Cinema

The Lovebirds (ou Os Pombinhos em Português) chegou à Netflix na semana passada, fruto da situação actual. Saiba o que achámos deste novo filme que está presente no catálogo na gigante do streaming.

Crítica feita por: Bernardo Freire (Visão de um Crítico)

À data do começo da produção, The Lovebirds teria como destino as salas de cinema do mundo fora. Ora, devido à pandemia vigente, o rumo da sua distribuição foi ajustado para o streaming, mais concretamente, a Netflix. É caso para dizer que há males que vêm por bem. Absorver o mais recente filme do realizador Michael Showalter nos cinemas teria sido muito mais penoso do que realmente acabou por ser no conforto do sofá. Um passo em falso depois do grande sucesso que foi The Big Sick (2017).

Completamente dependente da química entre os protagonistas, a comédia misteriosa começa por apresentar o contacto inicial entre duas pessoas que viriam a formar um casal. O interesse é evidente desde o início, à medida que as palavras e os olhares cruzam-se na busca curiosa do primeiro beijo. Quatro anos depois, Leilani (Issa Rae) e Jibran (Kumail Nanjiani) chegam à conclusão assustadora de que a sua relação já não está a funcionar. Ele é excessivamente protecionista em relação ao documentário que está a realizar e ela está um pouco perdida quanto aos seus ideais matrimoniais.

 

O elo parece mais frágil que nunca, mas antes de porem o ponto final, um ciclista embate no seu carro, interferindo tanto na pintura da viatura como nas suas vidas. De imediato, um homem com o nome de código Mustache (Paul Sparks) faz-se passar por polícia e entra no carro para perseguir o ciclista em fuga. Quando o apanha, atropela-o vezes sem conta e foge, deixando o casal a lidar com as repercussões. Nervosos e dispostos a limpar os seus nomes, começam a investigar o que está por trás do crime.

A partir daí a narrativa não vai além da perseguição de pista atrás de pista, local atrás de local, revelando estranho atrás de estranho. Numa das piadas mais atrevidas do filme, os pombinhos questionam-se se as orgias acontecem de forma orgânica ou se são previamente combinadas, a fundação ideal para mais tarde estarem a presenciar um ritual mascarado ao estilo de Eyes Wide Shut (1999), numa evocação que acaba por ter a mesma graça que as restantes: Pouca. A função do enigma é, portanto, mover as personagens e esperar que os atores façam os truques.

O que acaba por, de alguma forma, tornar a experiência um pouco mais tolerante. Os atores são intrinsecamente engraçados e embora a comédia física não seja o seu forte, a conexão que estabelecem tem os seus traços de genuinidade. Fazem-nos torcer para que sucedam na sua missão, mesmo que esta não seja entusiasmante ou ofereça um real sentido de urgência. Esporadicamente consegue umas risadas, mas o tom desnivelado faz com que o humor estanque. Isto é, tanto são geradas piadas mais obscuras como o argumento faz com que as personagens vistam roupa ridícula. The Lovebirds não consegue definir um rumo, e como consequência, a sessão é desnutrida.

Não é que o filme precisasse de ter o coração ou a perspicácia de The Big Sick (2017), até porque não está sequer a almejar tão alto. No entanto, peca demasiado até na sua tentativa de oferecer entretenimento descartável. Não é que as caras principais não tenham charme e dotes cómicos suficientes para carregar um filme às costas. Mas desta feita é demasiada pressão para a matéria-prima em questão.

The Lovebirds (Os Pombinhos) | Crítica CinemaGoogle Notícias

Siga o CA Notícias na Google e leia as notícias em primeira mão!
The Last of Us Parte II e 51 Worldwide Games | Agenda Videojogos Junho 2020

The Last of Us Parte II e 51 Worldwide Games | Agenda Videojogos Junho 2020

En Casa | HBO Portugal

En Casa | HBO Portugal