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The Hives no Sagres Campo Pequeno: Deram tudo como se fosse Sábado

O crescimento acelerado dos Yard Act e a consagração dos The Hives em Lisboa

The Hives no Sagres Campo Pequeno: Deram tudo como se fosse Sábado

Numa noite de quarta-feira que prometia a entrega total de uma das bandas mais caóticas do rock, os The Hives cumpriram a promessa no Campo Pequeno. No último concerto da digressão, Lisboa foi palco de uma descarga de energia pura, com direito a um mosh cada vez maior ao longo do concerto, muitas interações em português e a coroação de Pelle Almqvist por parte de uma fã.

O pontapé de saída para a noite de 4 de novembro no Sagres Campo Pequeno ficou a cargo dos Snõõper.


Seguiram-se os Yard Act, que já têm presença confirmada no Primavera Sound do Porto do próximo ano (2026). A banda de Leeds trouxe o seu post-punk para aquecer o público, com o vocalista James Smith a tentar conquistar mais fãs com várias odes à cidade de Lisboa. A evolução em palco é notória, com uma gestão dos vários momentos do concerto mais controlada, mas mantendo-se sinceros na origem punk. Prova desse anti-sistema, James Smith iniciou um momento de reflexão, quase ao estilo de “luta de classes”, sobre a diferença de preços de bilhetes entre o público: a plateia em pé que pagou menos versus as bancadas que pagou mais. Para James e a para a grande maioria do público presente, a escolha correta para aquele concerto era óbvia: quem optasse pela plateia em pé iria sentir a verdadeira energia do rock’n’roll. Espera-se que continuem a alcançar novos voos, aproveitando o reaparecimento em força do movimento punk a nível mundial.

O Caos Controlado dos Hives

Se o objetivo era não deixar nada para amanhã, os The Hives foram literais na sua promessa. Por cima do palco estavam balões luminosos, cada um com uma letra do nome da banda, já o quinteto sueco vestiu fatos pretos com luzes incluídas na própria indumentária.

O arranque do concerto foi enérgico, com Enough is Enough e, logo na segunda música, já tocava um hit: Walk Idiot Walk. O vocalista, Pelle Almqvist, fez questão de avisar que, por ser o último concerto desta tour, iriam “entregar tudo e não sobraria nada dos The Hives no dia seguinte“.

O alinhamento não dava tréguas, o mosh começou a ganhar corpo e volume, até que a banda congelou em pose durante um minuto para Paint a Picture. A banda sueca elevava a intensidade a cada interação, em português, o vocalista repetia os pedidos de palmas e o “muito obrigado“, a concentração do público era constante e replicava cada comando dado por Almqvist.

Um dos momentos altos da noite foi a celebração do caos: “Enquanto os The Hives atuarem é sábado… e têm de sentir que é sábado”, gritou Almqvist, estabelecendo o tom para a festa. Houve também espaço para recordar a última passagem pela capital, onde o calor era arrasador e havia menos público do que desta vez – “Estamos a conquistar fãs em Portugal, ao que parece”, partilhou Almqvist.

O concerto foi uma montanha-russa de hits. Bogus Operandi a meio do concerto deu início a uma sequência imparável. A promessa de se seguir um hit ainda maior foi cumprida, quando se fez ouvir com toda a energia Hate to Say I Told You So, merecendo um coro massivo de todo o Campo Pequeno.

O público português decidiu também ter o seu momento antes de Countdown to Shutdown com o famoso cântico português “aquele o espetáculo é que é bom” (todos sabemos que a palavra dita não é “espetáculo”). Num raro momento do concerto, houve um silêncio para o vocalista ouvir uma fã que se propôs a explicar o significado do cântico, mas com sucesso dúbio.

Ainda houve espaço para um momento de comunhão com as duas bandas de abertura em palco em Come On!, que serviu de mote para uma celebração coletiva.

O concerto não terminaria sem um toque pessoal. Três pessoas do público – Edgar de Tomar, Cátia de Lisboa e Rita de Fátima – foram apresentadas junto com a banda, numa noite para recordarem. Mas quem subiu ao palco foi Camila, fã brasileira, que coroou Almqvist em frente a todos os seus “súbditos”.

Tick Tick Boom ditou a saída da banda em apoteose após Almqvist correr por um túnel criado pelo público no meio da plateia.

O encore arrancou com Legalize Living e culminou em comunhão total, com uma certeza: The Hives Forever Forever The Hives.

Setlist Completa

  1. Enough Is Enough
  2. Walk Idiot Walk
  3. Rigor Mortis Radio
  4. Paint a Picture
  5. Main Offender
  6. Born a Rebel
  7. Stick Up
  8. Bogus Operandi
  9. Hate to Say I Told You So
  10. O.C.D.O.D.
  11. I’m Alive
  12. Here We Go Again
  13. Countdown to Shutdown
  14. Come On!
  15. Tick Tick Boom

Encore:

  1. Legalize Living
  2. Bigger Hole to Fill
  3. The Hives Forever Forever The Hives

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