Sem dúvida que os primeiros jogos mais memoráveis da franchise de Sonic the Hedgehog são os primeiros jogos lançados para a Sega Genesis. A personagem foi criada para a SEGA ter forma de fazer frente à Nintendo, especificamente à sua mascote Mario.
Este jogo de plataformas rapidamente conquistou as atenções de vários gamers dos anos 90. Este jogo de plataformas procurava distinguir-se do seu rival através da premisa da velocidade. Aliás, de uma forma geral o Sonic era o “anti-Mario”, uma estratégia de marketing (ainda eficaz em diversos casos) que colocou a SEGA numa competição direta com a Ninetendo, rivalidade essa que ainda continua de uma forma saudável.
Haverá confronto comercial mais direto que este?No que toca à história é algo similar à de muitos jogos da época: a personagem com habilidades especiais que quer estragar os planos a um cientista louco com um plano para dominar o mundo. Comparado com as histórias atuais dos jogos de Sonic, esta premissa é simples, mas na altura era o gameplay a força maior do jogo.
Gameplay
O gameplay é simples, mas divertido. O objetivo principal é terminar os níveis o mais depressa possível, por isso nada como uma personagem como o Sonic que consegue atingir níveis de velocidade alucinantes.
Além da capacidade de correr o Sonic pode atacar os inimigos saltando por cima deles. A ajudá-lo estão os anéis que vai colecionando que não só definem a energia da personagem, mas também têm influência na pontuação no fim, bem como podem dar uma vida extra (ao fim de 100 anéis colecionados). Há ainda outros collectibles que permitem ao Sonic habilidades como, velocidade temporária, invencibilidade temporária e invencibilidade contra um golpe.
No act 3 de cada nível há sempre um confronto com o Dr. Robotnik no qual precisas de atingir o antagonista um certo número de vezes. Além disso ao fim de cada nível, se o jogador chegar ao fim com um certo número de anéis, há a possibilidade de jogares um mini jogo, parecido com pinball, no qual o objetivo é obter uma esmeralda. Para se obter o final bom convém terminar o jogo tendo essas esmeraldas todas em mão.
Nota: a versão jogada deste jogo não foi a da SEGA Genesis, mas a edição contida no jogo Sonic Mega Collection da PlayStation 2. Muitos aspetos do jogo original foram mantidos nesta versão.
Os Pros
Mesmo ao fim de mais de duas décadas o jogo continua com um bom visual, um gameplay divertido, bem como uma banda sonora que é facilmente reconhecível. No que toca a visual tem sem dúvida cores mais vivas e personagens mais expressivas comparadas com as de Mario.
Independentemente da versão que se jogue é um platformer ideal para passar o tempo. Mesmo após estes anos todos sem dúvida que continua a ser um jogo apreciado por milhares, apesar dos altos e baixos por que a franchise passa atualmente.
O primeiro nível é capaz de ser o meu favorito de todo o jogo. Não só por ser icónico, mas por ser esse o principal nível que deixa o Sonic fazer aquilo que ele sabe fazer de melhor: correr até mais não! Este é definitivamente o nível que é, por assim dizer, a cara da personagem.
Também o Springyard Zone deu início a um estilo de nível que eu adoro em qualquer jogo do Sonic: os níveis de casino. O nível permite à personagem correr, saltar, ganhar prémios e explorar diferentes zonas sempre que entra neste género de nível. Sempre que pego num jogo de Sonic, seja ele qual for, este é o género de nível ao qual anseio por chegar.
Os Cons
A principal falha que vou apontar neste jogo seria eventualmente corrigida nos jogos seguintes, mas ainda assim existe. A principal que vou apontar é a de que ainda se notava que o primeiro jogo tinha tirado vários apontamentos do seu rival Mario.
Comparem estes dois jogos quando puderem e reparem nas semelhanças no gameplay!Apesar de nunca ter jogado um jogo da franchise Mario (chocante, eu sei), pelos gameplays que vi, eu notei que este jogo se inspirou pelo menos na parte de platforming. O problema é que se um jogo se quer distinguir do outro os game deves devem “pensar fora da caixa”, especificamente no que pode ser o fator distintivo.
A resposta, claro, é a velocidade. O Sonic gosta de correr, gosta de velocidade e é suposto o gameplay refletir isso. Infelizmente nem todos os níveis pensam assim.
Labyrinth Zone: Olhem para este design de nível e digam-me sinceramente se isto é uma pista de corrida ideal!Em vários níveis, especificamente em Marble Zone e Labyrinth Zone, esse ritmo acelarado é completamente cortado. A forma como o Sonic se mexe dá a vontade ao jogador de correr e passar o nível o mais depressa possível, mas o design desses níveis, cheios de obstáculos, paredes e subidas simplesmente obrigam a pessoa a abrandar, o que torna o jogo mais entediante e demasiado parecido com Mario.
Já para não falar que os controlos, muito flexíveis na maior parte do jogo felizmente, entram em conflito com estas partes mais paradas. Há partes que precisam de paciência e um bom timing de reação, mas devido à velocidade do Sonic, um salto pode ser demasiado lançado o que resulta em diversas quedas em abismos ou em rios de lava.
Consenso
Sonic the Hedgehog continua a ser um jogo icónico. Não pela complexidade da história que se vê nos jogos atuais, mas pelo gameplay e pela dinâmica que o jogo providencia. O jogo teria que melhorar muitas mais coisas, nomeadamente em níveis que permitissem ao Sonic correr à sua vontade, mas sem dúvida foi um bom jogo em competição com o poder da Nintendo no mercado.
Este seria o jogo que daria início a toda uma franchise completamente memorável. Mas se dúvida que foi a partir de Sonic 2 que a fanbase deste jogo viria a tornar-se mais sólida.