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Pérolas do Retrogaming: Kingdom Hearts 2 (PS2)

Pérolas do Retrogaming: Kingdom Hearts 2 (PS2)

O primeiro Kingdom Hearts sem dúvida foi um dos maiores hits da era da PlayStation 2, tornando-se no 10.º jogo que mais cópias vendeu a nível mundial (4.78 milhões). Apesar de ser muito difícil ultrapassar os valores de um primeiro título, Kingdom Hearts 2 conseguiu manter a popularidade da franquia amada por milhões.

Aqueles anos todos de procura valeram totalmente a pena!

E devo salientar desde já que eu passei anos (sim, anos!) à procura deste jogo. Quando finalmente o comecei a jogar não só superou as minhas expectativas, mas como ainda me voltou a relembrar o quanto adoro as possibilidades em jogos RPG.

Ora bem vamos lá começar o jogo com o Sora… Espera, quem é esse mesmo?

A história começa de uma forma lenta e relativamente confusa, focando-se em torno de um rapaz chamado Roxas. Roxas começa a ter diversos sonhos focados nas memórias anteriores de Sora. Após uma série de acontecimentos Roxas encontra Sora adormecido numa cápsula e pouco depois voltamos a jogar com o nosso protagonista favorito que continua com a missão de reencontrar os seus amigos Kairi e Riku na companhia do Donald e do Pateta.

Nota: a crítica em causa é referente à versão da PlayStation 2 e não às versões modificadas e remasterizadas que saíram à posteriori.

Gameplay

Do primeiro para o segundo jogo o gameplay manteve a essência, mas houveram mudanças significativas. Regressam a opção de ataque, de lançar feitiços e as invocações, mas desta vez há mais possibilidades. Estejam atentos aos diversos “quick time” events durante as lutas, embora os mesmos se limitem ao botão triângulo.

Agora só faltava um desfile em passerelle!

Manteve-se o mesmo sistema de combate e de level-up, mas agora há novos elementos de combate, especificamente as “Drive Forms” que não só mudam o fato ao Sora, mas também lhe dão outras possibilidades de combate, tais como lutar com fogo, ou disparar partículas laser contra os inimigos. Além disso cada drive form também pode subir de nível, o que, por conseguinte, concede ao Sora habilidades especiais.

Ah e preparem-se para lutar contra 1000 Heartless de uma vez!

Desta vez, além dos heartless, há outros inimigos chamados nobodies. Estes são ligeiramente mais fortes em relação aos heartless. Os piores, contudo, são os nobodies de forma humana, que servirão como bosses no fim de vários níveis. Preparem-se que há muitas mais boss fights neste jogo em relação ao primeiro, embora tenham diferentes dificuldades.

Os Pros

A principal diferença que notei foi logo nos controlos! Em relação ao primeiro jogo são muito mais fluidos, muito menos “presos” e com muitas mais possibilidades graças às mudanças no gameplay. A câmara do jogo está muito melhor por conseguinte.

Para mim a minha favorita foi a Wisdom Form de longe!

As “Drive Forms” definitivamente são uma adição muito bem-vinda ao combate. Não só permitem ao Sora experimentar diferentes ataques (e fatos novos), mas também ajudam na fluidez do combate. Além das drive formas há ainda os ataques combinados com certas personagens da Disney. E para quem adora as personagens há coisa mais empolgante que lutar lado a lado com a Mulan, ou o Monstro, ou até o Simba?

Sim pessoal, um cão e um pato juntam-se ao exército chinês neste jogo

Os mundos em Kingdom Hearts 2 são ainda muito maiores em relação ao primeiro jogo. Os níveis aí eram um tanto claustrofóbicos, no entanto em Kingdom Hearts 2 são enormes e muito abertos. Apesar de implicar andares mais a pé isto mostra uma melhoria no que toca a mostrar mais de um mundo.

Há níveis em que sem dúvida tens acesso a diversas novas mecânicas de jogo, bem como a outros diferentes minijogos. Mantém-se a dinâmica do mundo do Bosque dos 100 Acres, mas existem outros desafios e minijogos em níveis como “Timeless River” (o meu favorito a nível visual) assim como o “Space Paranoids (baseado na franquia “Tron”).

Digam-me que alguém fez peluches destes três!

Gostei particularmente do nível baseado no Rei Leão no qual os três protagonistas são transformados em animais no entanto movem-se da mesma maneira fluida que quando andam em dois pés. Mesmo no nível baseado no mundo de “Piratas das Caraíbas” apesar da diferença de “look” entre as personagens desse filme e os nossos três protagonistas, não deixa de ser um nível desafiante.

Ui são quase gémeos.

E vou dizê-lo: apesar de a história se complicar cada vez mais e ser cada vez mais difícil de seguir continua-se a sentir uma ligação muito especial com as personagens. Mesmo ao início quando o jogo começa com Roxas (uma personagem sobre a qual não sabemos nada), acabamos a afeiçoar-nos a ele perto do fim da história dele. Ambos os protagonistas são genuínos apesar das suas falhas humanas

Claro que não podia deixar de referir a banda sonora, que, mais uma vez é do melhor. Só a canção da introdução fica de imediato no ouvido.

Os Cons

Ao fim de uma hora a jogar esta parte já tinha dúvidas se o Sora ia mesmo aparecer

Apesar dos meus elogios à personagem do Roxas, estaria a mentir se dissesse que adorei o prólogo deste jogo. Nem a introdução do primeiro jogo foi tão longa como esta parte de Kingdom Hearts 2. Para terem ideia, as cutscenes dessa parte quando juntas têm quase uma hora e meia. Agora imaginem isso com o tempo gasto a jogar essa parte…

“É um jogo que mistura Final Fantasy com Disney” costumo eu dizer a quem me pergunta

Foi neste jogo que me apercebi de que nunca vou conseguir explicar esta história de trás para a frente a quem me pergunte. A história continua a ser perceptível, não me entendam mal, mas as personagens relevantes, assim como os acontecimentos começam a ser tantos que para quem não tenha tanto tempo para jogar, um jogo longo como este começa a ser difícil de recordar. Esta é contudo uma crítica menor.

Money, money, money
Must be funny
In the rich man’s world

Ainda assim a quem nunca jogou “Kingdom Hearts: Chain of Memories”, há acontecimentos e personagens que vão ser confusos. O problema é que o jogo em causa passa-se entre o primeiro jogo e o segundo. A tendência de muitas pessoas que compram jogos é a de ligarem mais aos títulos principais e não tanto aos “spinoffs”. No caso de Kingdom Hearts não há forma de escapar a isso: todos os jogos estão ligados e todos têm acontecimentos relevantes. E esta seria uma confusão que iria ficar pior a cada jogo novo, ainda para mais saindo esses jogos em diferentes consolas.

Gostava mesmo de saber quem foi a pessoa que disse ao pessoal da Square Enix que este nível era muito boa ideia!

Por fim… Que raio fizeram ao nível da Atlântida?! É verdade que o nível era dos piores no que toca aos controlos do primeiro jogo mas eu gostava de explorar aquele universo na mesma. Transformarem um nível com potencial num mini-jogo musical parece-me uma infantilização desnecessária. Já para não falar que as músicas não chegam nem perto dos calcanhares do filme original (e digo-o como uma pessoa que não morre de amores pelo filme “A Pequena Sereia”). O clip em baixo reflete o meu pensamento no geral.

Consenso

Kingdom Hearts 2 era um jogo com centenas de expectativas em seu redor. No entanto, creio que posso dizer que não só as superou, como as expandiu. O gameplay e o combate são divertidos, dinâmicos e cheios de potencialidades novas à medida que o jogador progride. A fusão entre Final Fantasy e Disney continua a encaixar bem, assim como as personagens definitivamente criam uma ligação emocional com a pessoa que joga.

Sora e Riku… Sabiam que estes nomes também podem ser nomes de rapariga no Japão?

Se tivesse que apontar algum defeito que considere relevante seria talvez o início do jogo (que poderia ter durado bem menos), a história complicada de se seguir e a infantilização de certos níveis. Contudo não passam de coisas menores, visto que este jogo foi das melhores experiências que alguma vez tive na PlayStation 2.

A minha grande pergunta para KH3: é desta que há beijo?

Escrever este artigo deu-me vontade de voltar a pegar neste jogo outra vez e sentir as horas a voar enquanto re-exploro todas as possibilidades de Kingdom Hearts 2. Andei anos a procurar por este jogo, e mesmo tendo-o jogado em adulta valeu cada euro que gastei.

Se é este o melhor jogo da PlayStation 2 que alguma vez joguei? Ainda não tenho lista, mas este jogo sem dúvida está lá perto.

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