Podem provir de zonas tão remotas como o Mali, a Finlândia ou o Quirguizistão, mas atrás de si, e ao invés das matérias-primas ou rebanhos que eram a imagem de marca dos seus ancestrais tuaregues, lapões ou quirguizes, vem um simples computador. Apesar de parcos em bagagem física, a existência destas mulheres e homens confere-lhes o direito a utilizar com toda a propriedade o título de nómadas.
Quem são os Nómadas Digitais?
Quem são, afinal, estas pessoas que, sem morada certa e montados no seu laptop, palmilham cada canto do nosso mundo? Serão trabalhadores em constante trânsito ou viajantes que ocasionalmente trabalham? Desligados, desde o berçário, da ideia de “trabalho para a vida”, estas pessoas levam verdadeiramente à letra o conceito de aldeia global, tão à letra que montam o seu escritório em qualquer “casa” desta pequena aldeia chamada Terra numa busca por um éden que tem mais de laboral do que de hedonista.
Estes nómadas do séc. XXI encabeçam um movimento informal batizado como nomadismo digital e que, tal como nome indica, está intimamente ligado à profunda revolução que a introdução das tecnologias digitais no nosso quotidiano, com a internet à cabeça, provocou no mundo do emprego. Com a oportunidade de poderem realizar o seu trabalho sem estarem confinados a um local fixo, decidem aproveitar esta liberdade para darem asas à possibilidade de conhecerem o mundo sem comprometerem a sua fonte de rendimento.
Só para se ter uma noção mais exata do que falamos, um estudo realizado pela MBO Partners em 2018 encontrou 4,8 milhões de americanos que se identificavam como nómadas digitais, enquanto uma sondagem da Gallup revelou que 43% dos compatriotas de Trump trabalham ou já realizaram algum tipo de trabalho que se enquadra no conceito. E não é só do outro lado do Atlântico. Do lado de cá, e de acordo com a britânica Trades Union Congress, a estimativa aponta para que nos últimos 10 anos o número de trabalhadores remotos em terras de sua majestade tenha aumentado em cerca de 250 mil. Por cá, o caminho tem sido mais lento. Em 2017, os números do Eurofund (agência da UE) indicavam que apenas 2% dos trabalhadores portugueses escolhiam/tinham oportunidade de trabalhar fora de um espaço físico circunscrito, valores que, apesar de nos deixarem na cauda da Europa nesta matéria, apontam para um crescimento sustentado. Apesar de ainda se encontrar num estádio inicial, crê-se que este novo nomadismo possa atingir em 2035, de forma global, um número a rondar os mil milhões de pessoas.
Entre esta caleidoscópica fauna nómada encontram-se, entre outras, pessoas de áreas tão diversas como a da programação, design, escrita, publicidade, segurança informática ou e-commerce, mas é, porém, a esta última que pertence a pole position. Segundo dados da consultora Kantar, em 2018 o volume de vendas online representava cerca de 5,1% do total a nível global. Neste ranking, a Coreia do Sul era líder com 19,1% de quota de mercado interno, seguida de perto pela China com 14%, enquanto Portugal aparecia a meio da tabela com 1,6% e um volume de negócios que alcançava os 4 mil milhões de euros. Até 2025, a consultora aponta para uma duplicação destes valores.
Soluções de Pagamentos Online
Se os primeiros nomes que nos vêm à cabeça projetam a megalomania de uma Alibaba ou de uma Amazon, a verdade é que estes nómadas digitais que acompanhamos na nossa viagem vêm-se, mormente, a sós com escolhas tão difíceis como escolher entre uma plataforma Woocommerce para um site criado em WordPress ou uma pré-concebida Prestashop para darem inicio à sua aventura laboral, gizarem planos de marketing ou que sistema de pagamento online lhes oferece uma maior garantia de segurança. Casos como os do SiteLock da homónima empresa americana SiteLock no domínio da segurança cibernética, ou o das recentes soluções de pagamentos pertencentes ao portefólio da portuguesa Redunicre, como os sistemas de pagamento para E- commerce com integração de tecnologia de segurança 3D Secure ou o sistema Redunicre@Payments, este último desenvolvido para a aceitação de pagamentos à distância em que consiste num envio de um link de pagamento seguro para negócios, por exemplo para que não têm website (em alterativa ás transferências bancárias, que podem em certos casos ser canceladas depois de efetuadas e comprovativos enviados), são algumas das ferramentas utilizadas pelos nómadas digitais na hora de aliviar as dores de cabeça decorrentes do trabalho na world wide web.
E isto é apenas a ponta do icebergue. A estas questões técnicas, no nomadismo versão séc. XXI, há a somar aspetos de índole pessoal como a adaptação à ausência de horários e a solidão, esta, porém, cada vez mais esbatida com a proliferação de espaços de co-work. Estas espécies de web-summits locais, que já se vão multiplicando por Lisboa e Porto, oferecem ao nómada um espaço físico de trabalho convidativo ao net-working e excelente ligação à internet por preços convidativos.
Nem tudo são rosas, mas nem tudo são cardos. Ser nómada digital é uma profissão de futuro que se vai concretizando, progressivamente, numa realidade quotidiana. Parte obrigação decorrente do atual mercado de trabalho, parte livre arbítrio, estas pessoas são as primeiras a adaptar-se completamente a um novo paradigma laboral decorrente da introdução das novas tecnologias digitais no dia-a-dia. São, também, as primeiras a explorar as suas potencialidades e, se essas potencialidades lhes permitem “ganhar a vida” e viajar de permeio, a resposta parece ser tudo menos negativa.