A mais emblemática e aplaudida banda de metal sinfónico regressa por fim a Portugal depois de quase uma década de ausência dos palcos nacionais. Os Nightwish irão actuar no Coliseu dos Recreios a 8 de Setembro.
Desde que se juntaram, no início da década de 90, uma altura em que o heavy metal mais tradicional estava supostamente morto para o mundo, os Nightwish foram um dos principais responsáveis pelo renascimento do género junto das massas e, combinando de forma muito inteligente peso bombástico, melodias sinfónicas opulentas e uma atitude com tanto de tradicional como de inovadora, conseguiram criar alguns dos momentos mais melancólicos, românticos e sonhadores de que há memória neste espectro em muito tempo. Hoje, apesar da
turbulência que tiveram de contornar ao longo dos últimos anos, mantêm-se sem paralelo; sensuais, tocantes e esmagadores na beleza que emana da música que fazem.
É exactamente essa postura sem precedentes, tantas vezes imitada mas nunca igualada, que os músicos liderados por Tuomas Holopainen vão trazer de regresso a Portugal quando, no próximo dia 8 de Setembro, subirem ao palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
Um concerto único, que materializa simultaneamente um muito aguardado retorno a território nacional e a estreia de Floor Jansen como vocalista do grupo por cá.
No momento em que quatro miúdos e uma menina, todos com ar imberbe e aspecto de terem acabado de sair do liceu, subiram pela primeira vez ao palco do lendário clube de rock Lepakko, em Helsínquia, ninguém poderia ter adivinhado que, uns anos depois, andariam pelo mundo a fazer tours gigantescas e, apoiados em vendas que ultrapassam os seis dígitos, numa das mais bem-sucedidas bandas alguma vez saídas da Terra dos Mil Lagos.
Desde o momento em que, corria o ano de 1997, lançaram “Angels Fall First”, o álbum de estreia, os Nightwish continuaram a evoluir de forma gradual, inspirando-se numa enorme vontade de criar algo único que lhes permitiu irem-se descolando das comparações mais óbvias que se pudessem colar às primeiras gravações. Depois, com lançamentos como “Oceanborn” e “Wishmaster”, afirmarem-se como uma voz a ter em conta num cenário em que, mais vezes do que seria desejável, o facilitismo criativo tende a ser confundido com talento. Sustentado no enorme génio criativo do timoneiro Tuomas Holopainen, com o quatro longa-duração, “Century Child”, de 2002, o colectivo oriundo de Kitee afastou-se de vez das suas referências mais óbvias, criando uma sonoridade muito própria que, durante os anos seguintes, acabaria por influenciar toda uma vaga de novos grupos apostados em misturar o peso do heavy metal com os ambientes majésticos e envolventes da música sinfónica. O épico “Once”, editado em 2004, quebrou todas as barreiras e fê-los chegar de uma vez por todas ao mainstream, afirmando-os como um enorme fenómeno de popularidade à escala mundial.
Durante a década seguinte, apesar de terem tido de batalhar com alguma instabilidade desde que se separaram da carismática Tarja Turunen em 2005, os Nightwish não mais pararam de crescer, sendo hoje uma das poucas bandas que, apesar de se levarem muito a sério,
conseguem manter inalterada a essência épica do power metal através da composição inteligente de canções carregadas de atmosferas envolventes e emoções profundas. E sim, o virtuosismo sempre foi um dos segredos do seu sucesso, mas feitas as contas, a música que se
ouve em álbuns como “Dark Passion Play”, “Imaginaerum” ou “Endless Forms Most Beautiful” afirma-se como muito mais que apenas uma mera demonstração auto-indulgente de proficiência técnica, invocando mundos de sonho e fazendo com que o ouvinte se perca no tempo e no espaço, entre visões e tentações, amor e devoção, enquanto aspira a novas fronteiras criativas. Tem sido, de resto, essa capacidade de adaptação e mutação que os tem destacado sempre dos seus pares, mantendo-os um passo à frente de toda a competição e
estabelecendo-os como um dos nomes mais aplaudidos e influentes entre todos os que tentaram tomar de assalto o panteão do metal durante as últimas décadas.
Tuomas Holopainen disse numa entrevista que no próximo ano de 2017, a banda vai fazer uma pausa, e que portanto esta tour será a última até 2018.
Os bilhetes para o concerto custam 32€, e já estão à venda nos locais habituais.
Fiquem com o vídeo de “Nemo”: