Monster Energy Supercross 4 é o jogo oficial do campeonato Monster Energy AMA Supercross e chega nesta quinta-feira às lojas. Conheça aqui a nossa opinião sobre este jogo.
Análise feita por: Pedro Loureiro (It’s a Pixel Thing)
Vou ser honesto. Não gostei rigorosamente nada do anterior jogo oficial de Supercross da Milestone, talvez por ter jogado a versão PlayStation 4 em vez da superior disponível para PC. E, apesar disso, Monster Energy Supercross 2, de 2019, ofereceu-me uma experiência mais imersiva e, acima de tudo, extremamente divertida. Mas, e quanto a esta nova entrada na série? ‘Bora descobrir!
Inevitavelmente comparando com o jogo de 2020, o terceiro da série, diversas novidades foram introduzidas. Um novo modo Carreira está agora à disposição, com mais de 20 equipas oficiais e a inclusão de uma estrutura de desbloqueio de habilidades para desenvolvimento da personagem, que, diga-se de passagem, faz sentirmo-nos o maior dos “noobs” nestas andanças, mesmo tendo sido “vacinados” com os anteriores jogos da franquia. No arranque até conseguimos posicionar-nos na frente do pelotão, mas basta um ligeiro toque de um adversário, uma queda que poderia ter sido perfeitamente evitada, ou simplesmente um salto mal calculado, faz com que o desespero e a frustração se apoderem de nós empurrando-nos para os últimos lugares. É imperativo ter em conta que este é um desporto bastante físico e de contacto devido à própria natureza dos traçados onde toda esta ação frenética tem lugar.
Obviamente que no modo carreira começamos do zero, como um piloto relativamente inexperiente e numa equipa sem muitos recursos. À medida que vamos completando provas, mesmo ficando em último lugar em todos os eventos em que participamos, ganhamos “skill points” que são extremamente úteis para evoluir os mais variados aspetos da pilotagem. Correr em eventos especiais (mais de 25 distintos), completar treinos específicos e cumprindo os objetivos constantes do “journal” são outras formas de obter “skill points”. A meta é chegar à prestigiada classe 450SX e, ao longo deste nosso percurso, iremos defrontar o maior número de pilotos profissionais alguma vez presente na franquia Supercross da Milestone, mais de 100, e onde, a pedido da comunidade, poderemos encontrar também Ken Roczen, um dos melhores pilotos da atualidade na classe rainha da prova. No que toca ao número de pistas disponíveis, Supercross 4 oferece todos os 11 estádios e 17 pistas da temporada de 2020, onde estão também incluídas as 7 variantes de Salt Lake City.
Como foi dito anteriormente, o percurso para ser campeão é longo, íngreme e cheio de obstáculos. A nossa carreira começa na novíssima classe inicial, intitulada de Supercross Futures, e a performance de cada piloto é afetada pela sua própria habilidade, destreza e perseverança. Para melhorar esses importantíssimos aspetos, necessitamos, claro está, de conseguir os tais “skill points”.
Supercross 4 traz-nos, também, um mais avançado e intuitivo editor de pistas com novos módulos, assim como adicionais opções de customização cosmética que permite expressar a nossa criatividade e, posteriormente, partilhar com a comunidade. Estes módulos foram diretamente criados a partir das pistas oficiais presentes no campeonato de 2020, entre eles as estruturas de linha de partida e de linha de chegada. Igualmente presente está um novo “compound”, uma espécie de parque de diversões para os malucos das motos, que permite a livre exploração com até mais três amigos, um belíssimo local inspirado nas ilhas de Maine, na região de Nova Inglaterra, EUA. Quatro pistas de SX e uma de MX podem ser, também elas, exploradas e desfrutadas neste local de testes e de treino repleto de adrenalina, assim como uma variedade de desafios e colecionáveis que desbloqueiam equipamento adicional.
Por falar em equipamento adicional, mais de 110 marcas oficiais de artigos visuais e de performance estão a aguardar serem usados e abusados, tanto para os pilotos como para as motos, desde fatos completos, botas, óculos, capacetes e protetores cervicais, até suspensões, aros, escapes, pneus, travões, protetores de mãos, bancos, punhos e cremalheiras.
O modo online é algo sempre bem-vindo neste tipo de jogos, apesar de, por esta altura, os servidores se encontrarem quase sempre vazios. No entanto, a promessa de pura diversão multijogador é algo a ter em conta, com servidores Amazon exclusivamente dedicados, pois estas pistas, com pilotos reais a percorrê-las e com todo o detalhe e informação para ser processada, torna toda a experiência viciante para quem joga e exigente para o fornecedor do serviço. Um modo de diretor de prova está também prometido para após o lançamento final do jogo, a 11 de março.
Tradicionalmente neste género de jogos, existem sempre outras formas de pegar e jogar de imediato sem a necessidade da criação de um piloto e de o submeter a uma longa e penosa carreira nesta vertente do desporto motorizado. Corrida rápida e Campeonato estão também disponíveis, onde poderemos saltar, logo à partida, para as classes mais altas e escolher um dos muitos pilotos e equipas oficiais da temporada de 2020 iniciando de imediato esta aventura sem nos preocuparmos com “skill points”, com a necessidade de evolução do piloto e da moto, com a participação em treinos e eventos especiais e com tudo o resto anteriormente mencionado. É a forma mais rápida e eficaz de aprender os traçados e as suas armadilhas.
Sons e música seguem em nível ascendente de qualidade, algo que a série já nos habituou ao longo dos anos, e a resposta do piloto, assim como o feedback que nos transmite na condução, estão deveras bem conseguidos. Isto se excluirmos alguns movimentos menos naturais após manobras fisicamente um pouco estranhas.
Algo que notei parcial ausência foram os efeitos meteorológicos dinâmicos, nomeadamente no que diz respeito a chuva no decorrer das provas. Senti essa falta porque sempre fui um piloto exímio nessas condições mais adversas, quer seja em jogos de motos ou de automóveis. Não me compreendam mal, lama e água na pista são uma constante! Mas aquela chuva a cair, tão comum nos títulos anteriores da série e da franquia MXGP, também da Milestone, foi algo que praticamente não experienciei durante todas as corridas que fiz. Terá sido devido ao feedback dos jogadores em relação ao título anterior, que se queixavam da quantidade exagerada de provas que foram obrigados a concluir debaixo de autênticos dilúvios?…
Não estamos, de todo, perante um jogo casual para pilotos domingueiros. No entanto, para os fãs deste desporto em particular, recomendo vivamente Monster Energy Supercross 4. Tenham também em conta que esta análise foi realizada com base no jogo para PC. Acredito que as versões para a PlayStation 5 e a Xbox Series X sejam em tudo idênticas, a correr a 60 fps e com o mesmo nível de detalhe gráfico. Já em relação às consolas da geração anterior, a PS4 e a Xbox One, e tendo em conta o desastre que foi Supercross 3 nesses sistemas, as suas respetivas versões são desaconselhadas.
Monster Energy Supercross 4 (PC) | Análise Gaming
Monster Energy Supercross 4 é o jogo oficial do campeonato Monster Energy AMA Supercross e chega nesta quinta-feira às lojas. Conheça aqui a nossa opinião sobre este jogo.
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