Depois de NATUREZA MORTA (2005) e 48 (2009), Susana de Sousa Dias volta a centrar-se na época do Estado Novo, reflectindo sobre os seus efeitos nas crianças, a memória e o esquecimento, através de um filme que explora a rede familiar que se esconde por detrás de um preso político.
Partindo de fotografias da polícia política portuguesa (1926-1974), e de uma imagem de cadastro de Albina Fernandes, presa política, com o seu filho, a realizadora procurou saber mais sobre esta família. Foi nessa busca que encontrou Rui Pato, e através dele, a irmã Isabel e Álvaro, o irmão mais velho, filhos de Octávio Pato, também preso político que se notabilizou na resistência à ditadura.
“Quando iniciei o projecto, há mais de dez anos, pensei que este iria partir das vivências dos três irmãos na actualidade. Durante a sua realização, todavia, os mortos e esquecidos da História começaram a emergir com tal intensidade que o filme seguiu um outro rumo.”
Que rede familiar se esconde por detrás de um único preso político? Como tratar a temporalidade as imagens do passado? Como dar corpo a quem desapareceu sem nunca ter tido existência histórica? O documentário procura exumar os mortos e esquecidos da história, dar espaço a memórias fracas que a história e a memória colectiva esqueceram.
Apresentado no IndieLisboa’17 e no Festival Cinéma do Réel, LUZ OBSCURA tem estreia e sessões marcadas com a presença da realizadora e de convidados no Cinema Ideal em Lisboa, a partir de 10 de Maio, e contará com uma sessão especial no dia 10 de Maio, no Cinema Trindade, no Porto.
Dia 10 de Maio | 19h15
SESSÃO DE ESTREIA
Conversa com Susana de Sousa Dias e com os protagonistas do filme, Álvaro e Rui Pato, filhos de Octávio Pato, preso político
Dia 11 de Maio | 19h15
Crescer em Liberdade: A geração pós 25 de Abril e o Estado Novo
Conversa com Susana de Sousa Dias, Ana Pato, filha de Octávio Pato e Miguel Tiago, deputado do Partido Comunista
Dia 12 de Maio | 19h15
Memórias vividas do Estado Novo
Conversa com Susana de Sousa Dias, Fernando Rosas – historiador português que publicou obras relacionadas com a ditadura militar e Estado Novo – e Diana Andringa, jornalista portuguesa.
Dia 14 de Maio | 19h15
Crescer em ditadura
Conversa com Susana de Sousa Dias, Irene Pimentel – historiadora e autora do livro O Caso da PIDE/DGS – e Luís Farinha, director do Museu do Aljube