Nesta segunda-feira passada, os lendários Iron Maiden subiram ao palco da Meo Arena para actuarem pela 18ª vez em Portugal num dia que foi muito especial para todos os portugueses, foi o dia da recepção dos campeões europeus de futebol e isso não passou despercebido aos Maiden que rapidamente fizeram questão de abordar o jogo do dia anterior e ajudar à continuação da festa portuguesa. Bruce Dickinso fez mesmo questão (involuntária provavelmente) de usar uma versão adaptada de um dos slogans usados pela Federação Portuguesa de Futebol e patrocinadoras da selecção, referindo que estavam ali presentes “20 mil de 11 milhões”.
Num concerto que iniciou pouco depois da hora marcada (21h, dez minutos depois das 20h50), os britânicos apostaram numa mistura eficaz entre músicas do novo álbum “The Book of Souls” e as clássicas que não podem faltar num concerto de Maiden. Começando com “If Eternity Should Fail” e “Speed of Light”, rapidamente se notou que as alterações ao nível da acústica da sala não se fizeram… (e peço desculpa pela redundância) notar.
No mês de Maio e Junho foram realizadas algumas intervenções para melhorar as condições de acústica da sala principal da Meo Arena. Apesar de neste concerto tal não se tenha sentido, poderá ser que durante o Super Bock Super Rock isso se note mais.
Voltando ao concerto em si,podemos concluir que foi uma actuação bem conseguida e muito competente, conseguindo agradar a quem se tenha deslocado ao Parque das Nações para ouvir os grandes êxitos da banda (e do Metal), como também a quem estava mais interessado em ouvir algumas faixas do novo registo.
Na Tears of a Clown, Bruce Dickinson fez questão de falar do já falecido Robin Williams, dedicando-lhe a música.
Do ponto de vista do ambiente que estava no Pavilhão é difícil de dizer algo negativo porque o público de Maiden é provavelmente um dos melhores públicos existentes, acompanhando a banda para todo o lado as vezes que forem necessárias, e dos poucos públicos de uma banda grande em que se vê que quase ninguém desvia os olhos do palco para mexer no telemóvel (“praga” cada vez mais frequente…), fazendo assim com que o público responda quase sempre aos pedidos de Bruce (“Scream for me Portugal” foi várias vezes repetido).
Os Iron Maiden, apesar de já poderem ser chamados de “dinossauros” nesta indústria, tentam sempre manter-se actuais e continuar a poder ostentar o estatuto de uma das melhores bandas ao vivo existentes, usando para isso, para além da sua música e energia a interpreta-la, muitos engenhos visuais sempre coerentes. Por exemplo, que eu me lembre em todas as músicas do concerto, o pano de fundo atrás do palco mudava a todas as músicas, correspondendo àquilo que a banda iria apresentar. O palco era inspirado na civilização Maia, que por sua vez deu o mote a “Book of Souls”, havendo diversos pontos de interesse, como os pontos de fogo, donde saíam chamas em diversas músicas.
Apesar do último registo discográfico da banda britânica ser um esforço bem conseguido, ao vivo algumas músicas não funcionam muito bem,e dificilmente noutras digressões futuras irão figurar na setlist, como a Death or Glory.
Para terminar, nada melhor que uma sequência de 6 músicas inesquecíveis, começando na Halloweed Be Thy Name e terminando na Wasted Yeaes, pelo meio ainda houve uma referência do vocalista Bruce Dickinson a Cristiano Ronaldo na Blood Brothers.
Se os Maiden já vieram 18 vezes a Portugal, quem não os conhece ou não gosta poderá afirmar que não é necessário que venham cá mais vezes, mas a verdade é que passado estes anos todos, continuam a esgotar concertos por cá como foi o caso nesta segunda-feira, e talvez estejam no seu melhor período dos últimos anos.
SETLIST:
If Eternity Should Fail
Speed of Light
Children of the Damned
Tears of a Clown
The Red and the Black
The Trooper
Powerslave
Death or Glory
The Book of Souls
Hallowed Be Thy Name
Fear of the Dark
Iron Maiden
Encore:
The Number of the Beast
Blood Brothers
Wasted Years