Já está disponível o novo livro de Francis Fukuyama, Identidades, num lançamento quase simultâneo com os Estados Unidos. Já em 2014, o escritor norte-americano tinha defendido que as instituições globais estavam em decadência, devido à maior influência de grupos de interesses poderosos. O aumento da popularidade de políticos antisistema nas sociedades europeias e norte-americana parecem ter vindo provar as suas teorias. De acordo com Fukuyama, estes líderes nacionalistas e populistas procuram ligar-se direta e carismaticamente “às pessoas” que se sentem desconsideradas pelas políticas de identidade.
Em Identidades, Fukuyama explica que as exigências de identidade ditam muito do que se está a passar na política mundial do nosso tempo. Contrariamente ao reconhecimento universal no qual se baseia a democracia liberal, a tendência prevalente parece ser a da identifcação na base da nação, religião, etnia e género. Segundo o autor, este tipo de política com base na identidade levou ao surgimento do populismo anti-imigração, dos nacionalismos ou do “liberalismo identitário” das universidades. “Uma advertência importante para que estaremos condenados ao conflito interminável, caso não reconheçamos universalmente a dignidade de todos os seres humanos”, escreve.
Identidades vem assim juntar-se a outros livros sobre teoria política do autor, com destaque para “O Fim da História e o Último Homem”, “Origens da Ordem Política” e “Ordem Política e Decadência Política”.