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História sombria de série “Ozark” cativou audiência televisiva em momento difícil

Os contornos sombrios da série da Netflix “Ozark”, que estreou a terceira temporada no início do confinamento por causa da pandemia de covid-19, cativaram a audiência num momento difícil, disse a atriz Laura Linney.

História sombria de série “Ozark” cativou audiência televisiva em momento difícil

“Por causa do momento que estamos a viver, as pessoas gostam de se identificar com os Byrdes”, disse a atriz, referindo-se à personagem que ela interpreta, Wendy Byrde, e ao seu marido Marty Byrde (interpretado por Jason Bateman).

“As pessoas gostam de questionar o que é que fariam”, continuou. “É fácil ter um caráter questionável; não é fácil ter um caráter sólido. As pessoas estão a perceber como é fácil ir pelo caminho sombrio”, afirmou a atriz, durante um evento virtual organizado pela revista Variety em Los Angeles.

A receção à terceira temporada foi forte não apenas entre a audiência, mas também junto da crítica, tendo a série recebido 18 nomeações para os prémios Emmys 2020, que vão ser entregues a 20 de setembro.

“Se o elemento sombrio da série é a sua capacidade de identificação, então estamos a fazer bem o que queremos fazer”, afirmou Jason Bateman. “Já vi filmes e séries que são mais sombrios e isso costuma ser relegado para grande violência e sangue”, acrescentou, explicando que o estilo de “Ozark” é algo mais em bruto, identificável. “Somos representantes do espectador”, declarou. “Fazemo-lo aceder a uma parte sombria dentro de si”.

A história de “Ozark” começa quando um assessor financeiro de Chicago, Marty Byrde, arrasta a mulher e dois filhos para o Missouri depois de o seu parceiro de negócios ter enganado um cliente perigoso. O que se segue é uma história de horror, com mortes e traições, enquadrada numa vida familiar disfuncional.

Julia Garner, que interpreta Ruth Langmore na série, afirmou que o apelo destas personagens passa por serem multidimensionais: “São pessoas sombrias mas de quem gostamos”.

Segundo o ‘showrunner’ Chris Mundy, que participou no mesmo evento, a atração da audiência por estas personagens num drama criminal é também porque elas fazem lembrar as suas próprias famílias. “Tentamos escrever as questões familiares de forma muito mundana”, explicou.

Ozark, uma região no estado do Missouri, esteve sob os holofotes mediáticos no final de maio quando surgiram vídeos de festas a abarrotar de pessoas em plena crise de covid-19. Com a quarta e última temporada já confirmada, Chris Mundy disse que a pandemia não vai entrar no enredo.

“Será uma sequência direta do final da terceira temporada”, afirmou o responsável. Se a covid entrasse, teriam “de adivinhar como o mundo vai ficar e o enquadramento temporal não faria sentido”.

Por causa da pandemia, ainda não há um calendário para o início das filmagens da última temporada. Sabe-se apenas que terá 14 episódios e será dividida em duas partes.

Nos prémios de televisão Emmys 2020, “Ozark” está nomeada, entre outras, nas categorias de Melhor Série Dramática, Melhor Atriz em Série Dramática, Melhor Ator em Série Dramática, Melhor Atriz Secundária em Série Dramática e Melhor Realização de Série Dramática.

TEXTO: Lusa

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