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Frantics – Análise

Frantics – Análise

A capacidade de agradar aos jogadores hardcore e também aos casuais, foi um dos motivos que fez da PlayStation 2, a consola caseira mais vendida de sempre (perto de 160 milhões de unidades vendidas). A Sony começou por conquistar essa atenção dos jogadores casuais com o EyeToy e, de seguida, começaram a surgir as primeiras aparições de títulos como SingStar, Buzz!, Guitar Hero, entre outros.
Em qualquer tipo de convívio caseiro com amigos, era quase certo que estaria presente uma PlayStation 2 e um, ou mais, destes jogos e respectivos periféricos, que permitiam muitas vezes,  juntar os jogadores hardcore, com aqueles que não tinham por hábito jogar videojogos.
No entanto, à medida que o mercado ficava saturado com jogos do género, já na geração seguinte, a atenção dos jogadores casuais acabou por ser conquistada pela Nintendo Wii, que se tornou rainha absoluta dos party games.

Com o intuito de voltar a reunir famílias e grupos de amigos, em volta da consola, a Sony revelou na E3 de 2017, a tecnologia PlayLink para a PlayStation 4, que substitui os comandos clássicos e periféricos, como as campainhas do Buzz! ou os microfones do SingStar, por um smartphone ou tablet, permitindo uma adaptação ainda mais intuitiva por parte dos jogadores casuais.
Foi também durante a E3 de 2017, que a empresa nipónica revelou um catálogo de títulos exclusivos para a PlayStation 4, que apenas podem ser jogados utilizando o PlayLink, como És Tu!, Hidden Agenda, SingStar Celebration, que já se encontram disponíveis, e Frantics, que chega hoje ao mercado.

Desenvolvido pela NapNok Games, em parceria com a Sony XDev, Frantics é um party game, onde os jogadores, até um máximo de quatro, competem entre si numa série de mini-jogos, apresentados por Fox, uma raposa matreira e de personalidade carismática, cujo papel vai mais além do que ser o simples anfitrião.

Fox, a raposa. Conveniente, hun?

Fazendo parte da oferta PlayLink, para ser jogado, Frantics implica que, para além de uma cópia do jogo e uma PlayStation 4, todos os jogadores instalem a aplicação do jogo, disponível via Google Play Store ou Apple App Store, nos seus dispositivos móveis e que os mesmos estejam ligados à mesma rede de internet que a consola (em caso de impedimento, é possível utilizar a PlayStation 4 como hotspot Wi-Fi, para fazer essa ligação). Na nossa experiência, este processo de conexão ocorreu sempre de forma rápida, sendo bastante intuitivo, visto a própria aplicação explicar quais os passos a seguir.
Posteriormente, o jogo convida os jogadores a tirarem uma selfie que, juntamente com um avatar de um animal, os vai identificar ao longo de cada partida.

Em Frantics, existem quinze mini-jogos e desafios adicionais, desde as confusas lutas em arena, até aos que requerem mais estratégia e com jogadas por turnos, que podem ser jogados individualmente ou agrupados, através de uma partida personalizada pelo jogador, mas é o “jogo da raposa” o seu modo de jogo principal. Neste modo, os jogadores competem entre si, pela conquista de uma coroa em cada um dos mini-jogos, seleccionados aleatoriamente, e onde seria expectável que o jogador com mais coroas no final saísse vencedor, não fosse Fox o anfitrião de serviço, que através de esquemas, com muita manipulação à mistura, causa controvérsia e instiga a traição entre os jogadores, acabando por ter uma participação activa nas partidas e que, muitas vezes, influencia o resultado final.
Cada jogador, de forma aleatória, pode ser “contactado” através da aplicação, por Fox, sendo-lhe atribuída uma missão secreta, como impedir que determinado jogador ganhe o mini-jogo seguinte ou o contrário, fazendo com que ambos os jogadores sejam recompensados com uma coroa. Já a personalidade manipuladora da raposa é evidente quando, entre rondas, mostra individualmente a cada jogador, qual o oponente que mais o prejudicou no mini-jogo anterior, e coloca esquemas em prática, como beneficiar não só o vencedor do mini-jogo anterior, mas também o jogador que mais bateu nos outros ou o que menos se esforçou.
Como se todos estes pontos não fossem suficientes para influenciar o resultado final, Fox permite, em algumas partidas, que os jogadores possam “comprar” a sua vitória, utilizando moedas obtidas ao longo dos mini-jogos, para comprar coroas.

Esta imprevisibilidade, introduzida por Fox em todas as partidas de Frantics, é o ponto que mais contribui para que os mini-jogos sejam realmente divertidos e que nos fazem esquecer, por momentos, a pouca originalidade dos mesmos. Conceitos simples, como um mini-jogo de queda-livre, cujo objectivo é ser o primeiro jogador a aterrar, abrindo o para-quedas no timing exacto, ganha contornos mais complexos e é mais divertido, quando temos como objectivo, garantir que determinado adversário não aterra de todo, utilizando dinamite para o eliminar ainda durante a queda.

Conforme referido anteriormente, cada jogador controla a sua personagem através do smartphone ou tablet pessoal, utilizando, consoante o mini-jogo a jogar, movimentos como inclinar, rodar ou abanar o dispositivo e ainda o simples passar de dedo sobre o ecrã. É importante referir que para o jogo reconhecer a totalidade destes movimentos, o dispositivo móvel tem que ter giroscópio e acelerômetro.
Todos os controlos são bastante intuitivos e têm um bom tempo de resposta ao movimento efectuado, com excepção para as acções que requerem a passagem do dedo no ecrã, onde notámos um delay considerável, entre a execução desse movimento e a resposta da nossa personagem no jogo, acabando por tornar um ou outro mini-jogo em experiências menos agradáveis e sem valor de repetição.

No aspecto gráfico, Frantics tem um visual de animação com plasticina, com uma palete de cores diversificada, que dá vida às personagens e cenários, cumprindo o propósito de transmitir alegria e diversão.
Já na componente sonora, a música passa muitas vezes despercebida, com excepção da que surge no desafio final e que acompanha a acção desenfreada que se vai desenrolar. Os sons reproduzidos pelas personagens são, intencionalmente, minimalistas, com excepção de Fox, sendo a única com direito a fala e cujo sotaque britânico, na versão original, encaixa na perfeição na sua personalidade. No caso da versão portuguesa, a voz de Fox, ficou ao encargo do actor Pedro Granger, que apesar de fazer um bom trabalho, não representa tão bem a personalidade da raposa.

Apesar de pecar por falta de originalidade nos mini-jogos que apresenta ao jogador, Frantics consegue proporcionar várias horas de diversão entre amigos e familiares, devido às variáveis que introduz durante cada partida, deixando bem claro que o vencedor nem sempre é aquele com reflexos mais rápidos, mas também o que consegue tirar melhor proveito da situação. No entanto, se um graúdo pode considerar essa mecânica divertida, as crianças, que são grande parte do público alvo destes party games, podem considerá-la injusta.
Enquanto party game, acaba também por sofrer do mal comum aos jogos do género; apenas é verdadeiramente divertido quando jogado em grupo, já que experiências a solo ou até mesmo com apenas dois jogadores, sendo os restantes controlados pela inteligência artificial, rapidamente se tornam aborrecidas.

Com Frantics, a Sony consolida mais um degrau no objectivo de reconquistar o mercado dos party games,  sendo um título que irá certamente juntar amigos e até mesmo a avó, que nunca jogou um videojogo, com o neto, que já fez dezenas de “Prestiges” em Call of Duty, em redor da PlayStation 4.

Frantics, já se encontra disponível desde hoje (7 de Março), em exclusivo para a PlayStation 4.

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