O processo de mudanças de regras na hora da realização dos contratos para aluguer de carros determinado pela União Europeia ganhou ritmo acelerado em Portugal e indicou um declínio significativo no número de queixas no início do ano. Sinal de que as normas que deveriam ser implementadas somente a partir de 2020 chegaram mais cedo aos balcões – inclusive os virtuais – das companhias que entregam seus veículos aos utilizadores que encontram nessa opção uma saída mais económica para suas necessidades de transporte.
Mercado em crescimento contínuo nos últimos anos e que não dá qualquer indicação de desaquecimento, muito pelo contrário, o setor de aluguer de veículos teve o número de reclamações em relação aos serviços prestados aumentado na mesma proporção de seu sucesso na conquista de clientes. No ano passado, em apenas seis meses, mais de 800 queixas foram apresentadas à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT). Foram quase cinco reclamações por dia, um aumento de 12,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Fonte: PexelsO número, contudo, cresce ainda mais quando são considerados os serviços online, uma vez que as principais empresas do setor são transnacionais e, dessa maneira, não se reportam à autoridade portuguesa. Nesse caso, sítios web como o Portal da Queixa viram um termómetro importante para medir os problemas do segmento. Em 2018, o número de reclamações em relação ao setor de aluguer de carros online quase duplicou. Elas saltaram de 259 para 495, uma ampliação de 91%. No https://cec.consumidor.pt, as queixas subiram 30% de um ano para outro.
Início de 2019 mostra reversão da tendência
Coube à União Europeia promover uma reação para tentar conter a onda de problemas no segmento de aluguer de carro com o estabelecimento de normas mais rígidas para sua atuação.
A nova regulamentação exige que a companhias sejam mais claras na hora de divulgar os preços praticados para o aluguer, detalhem os opcionais que apresentam e os custos apresentados para que os clientes contem com essas vantagens e, especialmente, sejam transparentes na hora de negociar o seguro contra danos nos automóveis, que é um dos pontos mais problemáticos na relação entre os motoristas e empresas. Ainda que o prazo para adesão a essas regras vá até 2020, algumas empresas se anteciparam e isso causou uma queda acentuada de queixas, mostrando que as firmas de https://www.aluguerdecarrosbaratos.pt têm intenção de evitar qualquer interferência em seu processo de crescimento.
De acordo com números preliminares do Portal da Queixa em relação ao primeiro trimestre de 2019, a média de 1,35 queixa/dia registada em 2018 foi reduzida para 1,24, indicando um retrocesso na casa de 8% e mostrando uma tendência de declínio que deverá ser reforçada na medida em que as mudanças que estão em processo de implementação sejam concluídas pelas empresas que se anteciparam ao procedimento e recebam a adesão daquelas que estão em ritmo mais lento.
Fonte: PexelsO mercado europeu tem cinco empresas dominando a maior parte das transações de aluguel de veículos. Avis, Europcar/Goldcar, Enterprise, Hertz e Sixt aceitaram as regras impostas pela comunidade europeia. Duas delas, Entreprise e Sixt, inclusive, já concluíram as alterações pedidas.
Números globais minimizam importância das reclamações
Ainda que os gráficos apontem claramente o aumento do número de queixas, no quadro geral o volume não é tão alarmante. Em 2018, foram assinados 2,75 alugueres de carros em Portugal. Levando-se em consideração um universo em torno de duas mil queixas, isso, no quadro geral, significa menos que 0,1% das transações.
É fruto mais do crescimento do setor, que nos últimos cinco anos foi de cerca de 40%, do que propriamente da falta de qualidade nos serviços apresentados. De acordo com estudos, essa tendência deve ser ainda mais aprofundada com alugueres ainda mais baratos de veículos e busca de outras soluções para mobilidade urbana, que incluem veículos alternativos e até mesmo carros movidos à eletricidade, inclusive para aluguer.