Na mesma entrevista ao jornal OJOGO, o treinador do Belenenses, Domingos Paciência, fala das suas expectativas para uma época de 2017/2018 que poderá iniciá-la do princípio, algo que não aconteceu na temporada passada. A Europa não é um objectivo, mas a permanência é para ser conquistada o mais rapidamente possível, afirma o técnico de 48 anos.
Sente que esta será a época mais importante da sua carreira?
Sinto que é uma oportunidade para fazer um bom campeonato e poder voltar a pensar em coisas boas para o futuro. Os últimos tempos não foram muito bons, mas também não sou de colocar a fasquia dessa forma tão radical… Não diria que é a mais importante, digo apenas que quero ter êxito no Belenenses para voltar a crescer na carreira.
Depois de algumas experiências mal sucedidas, sente que este projecto é mais seu?
Sinto, sobretudo porque vou começar a época. Posso escolher os jogadores, formar um plantel… A verdade é que nos últimos anos escolhi clubes sem grande estabilidade. Desde que saí do Braga, optei por um caminho em que os azares se sucederam, até porque não apanhei nenhum clube que me desse as condições para ter sucesso. Por exemplo, no Sporting trabalhei com um plantel com 16 jogadores novos e os resultados até estavam a ser bons; estávamos na luta pelo acesso à Liga dos Campeões e na final da Taça de Portugal. Mas decidiram despedir-me. O que podia fazer? Nada, só aceitar.
O que é uma boa época para o Belenenses?
É uma época mais tranquila do que a última, não ter de passar por sobressaltos e conquistar o mais rapidamente possível a permanência.
Acredita que pode fazer no Belenenses o mesmo que fez no Braga?
Acredito que tudo é possível. Cheguei há poucos meses e o Belenenses já voltou a ganhar em Alvalade, algo que não acontecia há 64 anos. São esses recordes que me motivam, fazer sempre mais e melhor. Tenho de fazer acreditar os jogadores que é possível bater recordes, para isso só temos de trabalhar.
Mas sente que o Belenenses pode chegar a um lugar europeu?
Não posso pensar dessa forma…É um risco ponderar, sequer, determinados objectivos.
Domingos referiu ainda que não pensa trabalhar com o seu filho Gonçalo, em virtude dos constrangimentos que poderia causar. “Sinceramente, preferia nunca ter de o treinar. Acho que seria uma situação desconfortável, sobretudo para ele. No balneário, os colegas podiam pensar: ‘eu não posso falar com este porque ele é o filho do treinador…’. Seria constrangedor. A minha liderança é apoiada na coerência e honestidade e ter um elemento no grupo que os próprios colegas sabem que tem uma ligação muito forte com o treinador seria sempre complicado de gerir”, explicou.