Death Stranding 2: On The Beach é a sequela da obra de Hideo Kojima que, literal ou metaforicamente, previu o futuro próximo da nossa sociedade. Será que Death Stranding 2: On The Beach regressa a esses pontos? Conheca a nossa opinião até ao momento nesta análise que ainda se encontra em progresso.
Antes de mais, queremos destacar aqui que ainda não terminámos a história de Death Stranding 2: On The Beach, e por isso é que no título referimos que esta análise está em progresso. Após mais de 30 horas a jogar este título, ainda não chegámos à missão final mas sabemos que ela está bem próxima. Como ainda não vimos o final, vamos abster-nos, para já, de dar uma classificação final ao jogo e prometemos actualizar esta análise com a nossa nota mal terminemos o jogo.
Para já, podem ler de seguida as nossas impressões da nossa experiência com Death Stranding 2: On The Beach, e até ao lançamento do jogo iremos apresentar a nossa opinião final.
Death Stranding quando saiu em 2019 foi um jogo que fez correr muita tinta junto da imprensa especializada, e não só. Era uma aposta arriscada por parte de Kojima, que apesar de já estar fora da Konami, estará para sempre associado a Metal Gear, a série que criou e que é a favorita de muitos jogadores (acuso-me). Death Stranding era um proposta que à primeira vista apresentava-se bastante distinta daquilo que Kojima nos tinha habituado com Metal Gear.
Rapidamente apelidado de “walking simulator”, mesmo antes do seu lançamento, Death Stranding destacou-se pelos seus trailers repletos de actores conhecidos de Hollywood e uma história estranhamente apelativa. A curiosidade para experienciar Death Stranding era imensa e depois de o jogarmos, a opinião foi inequívoca.
Escrevemos isto na altura sobre Death Stranding: “Death Stranding poderá não ser o jogo indicado para qualquer jogador, mas é uma obra de arte. Recheado de talentos na interpretação e com uma história impactante, em todos os momentos é impossível tirar os olhos do ecrã, espantando como um mundo, teoricamente vazio, é tão denso e complexo. Pode ser bastante discutido e dificilmente agradará a todos, mas é uma experiência inesquecível.”
O mais curioso com Death Stranding, é que Hideo Kojima conseguiu com esse jogo antever um pouco das dificuldades que o mundo viria a viver meses depois com a pandemia global que assolou o mundo. Milhões e milhões de pessoas se isolarem, perdemos ligações fundamentais para a vida quotodiana funcionar tal como a conhecíamos. Death Stranding tinha como tema central as conexões, e portanto quem o jogou antes do período da pandemia facilmente estabelecia um paralelismo entre o jogo e a sociedade real durante o COVID.
Mas tendo isto tudo em conta, Death Stranding, apesar de ter sido visto como um sucesso por parte da Kojima Productions e da PlayStation (e também pela 505 Games que foi quem publicou o jogo fora das consolas PlayStation), continuou a ter algumas dificuldades para chegar a um público que continuava a olhar para o jogo como apenas e só um “walking simulator” depreciativamente.
Death Stranding 2: On The Beach poderia ter uma tarefa hercúlea pela frente: conseguir agradar a quem já é fã da série e em simultâneo trazer novo público que desdenhou o primeiro jogo ou nem sequer o experimentou.
Para quem não conhece a história do primeiro jogo e possa ter algum receio em aventurar-se nesta sequela, conseguimos-vos dizer que o resumo do jogo (“Story so far”) e, mais importante ainda, o “glossário” dentro do jogo vos permitirá dar uma boa indicação dos temas, personagens e sistemas deste jogo.
Para quem jogou o primeiro e não gostou da jogabilidade do mesmo, podemos dizer que as mecânicas base da série mantém-se. Aceitar uma missão no terminal de uma estação, preparar o equipamento para levar, analisar o melhor caminho, e por fim deslocar-nos até ao destino. Se este flow de jogabilidade não vos agradou no primeiro, o que podemos dizer é que neste jogo, em comparação com o primeiro, os caminhos estão mais cheios de “vida”, trazendo mais desafios e motivos de interesse (agora até podemos resgatar animais de situações perigosas).
A deslocação entre ponto A e ponto B também é mais intuitiva devido aos novos gadgets de análise de terreno e as capacidades motoras que temos neste jogo, que vão desde “esqueletos” mecanizados até monorails, com grande parte dessas ajudas a serem desbloquedas ao longo do jogo, mas onde é possível ter logo quase desde início transportes disponíveis.
Para quem é fã do primeiro jogo, bem, Death Stranding 2: On The Beach certamente lhes agradará. Death Stranding 2 é exactamente aquilo que se poderia esperar. É uma sequela que segue a típica fórmula de ser mais do mesmo, melhorando os pontos positivos e anulando os negativos do título anterior, se por um lado isso são boas notícias, por outro Death Stranding 2: On The Beach, até ao momento, ainda não nos deixou de queixo caído como no primeiro jogo.
Death Stranding 2: On The Beach é, na sua síntese, um jogo melhor que o primeiro pois tem um melhor ritmo, jogabilidade melhorada, secções de stealth e de combate mais desenvolvidas e interessantes (nos seus melhores momentos a fazer lembrar Metal Gear Solid).
Mas não fomos assolados pelo factor de novidade neste jogo, até ao momento. Do que jogámos até aqui a história é competente, decorre aos nossos olhos a um bom passo, mas não nos surpreendeu ainda. Parece que estamos a assistir a uma segunda temporada duma série bem sucedida que foi renovada pelos produtores sem iniciativa por parte dos criadores. Novamente repetimos que ainda não chegámos ao final do jogo, e que esta sensação é a que temos quando estamos muito próximos de chegar ao “end game”. Caso essa sensação mude, iremos dar conta disso na análise revista.
Estando a jogar numa consola PlayStation 5 Pro, podemos afirmar que Death Stranding 2 impressiona visualmente. A abertura do jogo, renderizada “in-game”, poderá levar muito boa gente a pensar que estará a ver uma daquelas sequências de demonstração que as TV’s costumam apresentar nas lojas. O detalhe do terreno, as expressões faciais das personagens, e o sistema de iluminação (mais visível até devido ao facto de “vivermos” diferentes fenónemos meteorólogicos durante as missões) são os grandes destaques gráficos deste jogo.
A performance de Death Stranding 2: On The Beach também é outro dos pontos fortes deste título pois durante as nossas mais de 30 horas com o jogo não notámos nenhuma falha de maior que afectasse a experiência, o que nem sempre é comum com grandes títulos até antes de receberem o já famoso patch day one.
Do ponto de vista sonoro não tínhamos dúvidas daquilo que a sequela nos traria. Seja o som das pegadas de Sam Porter Bridges, as palavras proferidas por Léa Seydoux pela sua Fragile ou o ruído que o Odradek faz quando sente a presença dum BT nada parece deixado ao acaso, e Death Stranding 2 é dos melhores jogos para se jogar com um bom sistema de som na sala.
A banda-sonora desta sequela ficou a cargo do francês Woodkid. Uma decisão que para quem conhece a música de Woodkid deverá ter logo dito: “Sim, faz todo o sentido”. Após o falecimento do Ryan Karizija, vocalista dos Low Roar, que tanto contribuiu para a atmosfera sonora do primeiro jogo, neste jogo Woodkid cria algo seu, mas que de alguma forma também emana e homenageia a música dos Low Roar (que continuam a ter músicas suas no jogo).
A música no jogo é procedural, ou seja, vai variando consoante o que Sam Porter Bridges estiver a fazer, mas este trabalho de Woodkid em Death Stranding 2 foi transformado num álbum que se pode ouvir fora do jogo e é apenas o seu terceiro álbum em 12 anos.
As interpretações dos actores (e realizadores) amigos de Kojima continuam a ser de grande qualidade, não se notando entregas inferiores por não se tratar dum filme ou série de Hollywood. Norman Reedus e Léa Seydoux a serem os principais destaques, mas sem esquecer Luca Marinelli, Elle Fanning e até George Miller.
Apesar de ainda não termos visto os créditos finais de Death Stranding 2: On The Beach, podemos já em boa consciência afirmar que Death Stranding 2 é um jogo altamente recomendado para quem jogou e gostou do primeiro título, e que esta sequela é novamente uma obra de autor de Hideo Kojima.
Death Stranding 2: On The Beach como experiência sensorial fica, até ao momento, atrás do primeiro jogo, mas como videojogo é uma melhoria clara e óbvia em relação ao primeiro. É um jogo que não vamos conseguir largar durante muito tempo e que vai ser lembrado como um dos grandes títulos desta geração.