Após o estrondoso sucesso de “O Filme Lego”, tanto ao nível da crítica como da bilheteira, a Warner Bros. Pictures e a Warner Animation Group voltam ao mundo dos blocos da famosa empresa dinamarquesa. Mas desta vez, alicerçados num universo rico e recheado com algumas das personagens mais importantes da nossa cultura pop, o universo de Batman criado pela DC Comics.
Batman, que neste momento é capaz de ser o super-herói favorito de grande parte dos fãs do género, encontra-se a passar por um momento atribulado à nível cinematográfico, devido aos recentes falhanços dos filmes live-action baseados em personagens da DC. Muitas das críticas a esses filmes (como por exemplo, Batman vs Superman: Dawn of Justice) advém da seriedade dos mesmos, tornando as experiências cinematográficas pesadas (incluindo neste lote a trilogia de Nolan, apesar de sua qualidade inquestionável)
Portanto nada melhor que ressuscitar uma personagem para o mercado infantil e prestar um bom fan service aos fãs adultos através do tratamento Lego.
O Cavaleiro das Trevas que já tinha sido um dos destaques no “O Filme Lego”, demonstra novamente nesta película o seu lado mais trapalhão.
Neste filme, Batman trabalha como sempre para combater os vilões que assolam Gotham, enquanto combate a sua própria solidão e vida como Bruce Wayne.
O início imediatamente promete um filme de desenvolvimento rápido e grandioso, ao ser apresentada uma cena de salvação da cidade em que o vigilante mais famoso de Gotham tem de derrotar praticamente todos os seus inimigos, ao som de uma música egocêntrica e na qual Batman executa um solo de guitarra e canta as letras.
Assim, a partir deste início tão épico para um filme de animação, sente-se demasiado a transição para os dramas interiores de Bruce Wayne. E o filme não consegue regressar ao mesmo patamar de espectacularidade inicial, sendo esse o maior problema do filme.
O filme, apesar de não ser tão inovador e interessante que o anterior, não deixa ninguém desiludido. Nem fãs incondicionais da personagem, nem novos conhecedores.
Os pais que levaram os seus filhos a assistir o filme, irão divertir-se tanto ou mais que os mais novos, pois muito do humor presente é baseado na sátira deste universo e dos filmes anteriores que se levam demasiado a sério.
Para as crianças, o “Lego Batman – O Filme” contempla imagens bastante coloridas e bem executadas e lições de vida que se até o Batman as aprende, certamente os mais novos também.
Destaque ainda para as prestações das vozes portuguesas, que cumpriram muito bem a tarefa como é exemplo, a voz profunda de Batman por Pedro Bargado, as transições de timbre/humor de Joker por Luís Franco-Bastos ou Diogo Infante que transmitia no tom toda a calma e sapiência de Alfred. Por outro lado, muitas chavões foram perdidos (alguns foram modificados com sucesso) e as músicas dobradas dificilmente alcançariam as originais.
No geral, o LEGO Batman não alcança o nível do seu antecessor mas a qualidade da sátira e das referências para os fãs mais exigentes, aliada à qualidade de animação para o público mais infantil, faz com que alcance o objectivo de filme para toda a família de qualidade acima da habitual.
Posto isto, na minha opinião, este filme é essencial para qualquer fã do Batman e/ou DC (e até de outros universos, há muitas surpresas), e o espectador não dará por perdido o tempo dispensado.
Na versão original, Will Arnett retoma o seu papel de “O Filme LEGO”, dando voz ao personagem de LEGO Batman, também conhecido como Bruce Wayne. Zach Galifianakis (“Marretas, Procuram-se” e trilogia “A Ressaca”) desempenha o papel de Joker; Michael Cera (da série de televisão “Arrested Development”) faz o papel do órfão Dick Grayson conhecido como Robin; Rosario Dawson (da série de televisão “Demolidor”) é Barbara Gordon e Ralph Fiennes (da saga “Harry Potter”) surge como Alfred.
Na versão Portuguesa, para além dos casos referidos em cima, André Raimundo foi a voz de Robin, Benedita Pereira a Bárbara Gordon/Batgirl. Nuno Markl dá voz a Super-Homem, Manuel Marques a Flash, Diogo Leça a Duas-Caras/Calculista/Agentes Smith, Luísa Barbosa a O´Hara e Pedro Ribeiro a Piloto Bill.
Fiquem com o trailer do filme, em Português:
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