João Pereira 
Burlas online aumentam 43% em 2023 em Portugal
As burlas online em Portugal aumentaram 43% em 2023, em comparação com o ano anterior, de acordo com um estudo realizado pelo Portal da Queixa by Consumers Trust. O valor médio das burlas também aumentou para 515 euros e as perdas estimadas já ascendem a dois milhões de euros este ano. Mais de metade dos consumidores (51%) afirma ter sido alvo de uma tentativa de fraude na internet.
O estudo revela ainda que 62% dos inquiridos considera que a literacia digital em Portugal é “baixa” ou “muito baixa” e 59% é da opinião que o Governo não tem agido para melhorar esta situação. Entre os dias 1 de janeiro e 25 de abril de 2023, o Portal da Queixa recebeu 4.287 reclamações relacionadas com burlas online, um aumento acima dos 43% em comparação com o período homólogo.
O estudo apurou que o valor médio burlado também tem vindo a aumentar, cifrando-se, este ano, no valor médio máximo de 515,79€. Em 2022, o valor médio da burla foi de 410,71€ e, em 2021, foi de 441,55€. Considerando o valor médio e o número de reclamações registadas em 2023, o montante global de perdas já ascende os dois milhões de euros este ano (2.207 805 €).
O estudo indica ainda que 44,6% das pessoas não conseguiram recuperar o valor perdido, e apenas 37,7% conseguiu recuperar a totalidade do valor. As principais burlas acontecem através de e-mails (23%) e de lojas online falsas (31%). O pagamento de encomendas nunca entregues representa 28,5% das principais formas de burla.
Sobre os principais motivos das burlas online denunciadas este ano, no Portal da Queixa, 62,25% das reclamações referem “compras online nunca recebidas”, com uma média de valor burlado de 532 euros. Já 22,36% das queixas, apontam “transação não autorizada/desconhecida”, com um valor médio de burla de 484 euros.
O estudo “A Literacia Digital dos Consumidores em 2023” realizou-se através de um questionário online efetuado entre os dias 18 e 25 de abril e abrangeu um universo de 2.074 inquiridos. Entre os indivíduos que participaram no estudo, 55,6% das respostas foram dadas pelo género masculino, 43,2% pelo género feminino. As faixas etárias com maior adesão foram pessoas com mais de 65 anos (33%) e entre os 35-44 anos (26%), seguindo-se a faixa etária entre os 45-55 anos (24%).
