Terminada mais uma edição do Belém Art Fest, o festival que leva a música a alguns dos lugares mais emblemáticos de Belém, durante a noite. Lianne La Havas foi o grande destaque deste último dia, que contou ainda com actuações de Márcia, Tomara e /Lucas . Leia o resumo da segunda noite do Belém Art Fest 2018.
Sábado, um dia de Verão, e muita boa música dentro dos locais mais bonitos da cidade. Fórmula de sucesso que se repetiu pela 4ª vez e que certamente se repetirá mais vezes, tal se mantenha o desejo dos envolvidos de um dos festivais de música mais descontraídos da cidade de Lisboa.
Começando o dia com as visitas guiadas aos Jardins do Palácio de Belém e ao Museu da Presidência da República, foi-nos possível constatar as boas apresentações pelos responsáveis de cada espaço e descobrir curiosidades e pedaços da nossa história nacional que desconhecíamos. E este é um dos grandes trunfos do festival, a cultura e o conhecimento adquirido é exponencialmente maior do que nos grandes festivais musicais da nossa praça, reflectindo-se também no comportamento do público, que tenta aproveitar todos os momentos proporcionados pelo Belém Art Fest.
Tomara foi o primeiro artista a subir a um dos palcos, mais concretamente o montado provisoriamente no Picadeiro Real que ainda possui coches em exposição. Seis anos a preparar e a gravar o seu primeiro disco de originais, “Favourite Ghost”, Filipe Monteiro tem agora o seu merecido destaque a solo. Depois de trabalhar no meio para outros artistas e bandas como os Da Weasel, Rita Redshoes e a sua esposa Márcia, Tomara tem agora sobre si o foco das atenções. E devemos dizer que se o disco editado no ano passado já nos tinha deixado uma boa impressão, ao vivo essa impressão saiu mais reforçada ainda. Com uma audiência bastante composta, Tomara teve sempre reacções eufusivas por parte do público, tanto em faixas exclusivamente instrumentais como “Hallow” (que abre o disco) ou no momento em que Márcia subiu ao palco para cantar “House” em dueto, a primeira música escrita pelo músico.
@Nuno Conceição/Everything is NewJá de noite, vimos /Lucas no Museu da Presidência da República. Pedro Lucas, mais conhecido pelo seu projecto em conjunto com Carlos Medeiros, Medeiros/Luvas, apresentava-se a solo, munido apenas da sua guitarra acústica. Contando histórias de como conheceu o filho de Deus ou atacando furiosamente a guitarra, foi difícil de desviar os olhos da actuação do açoriano. Tendo iniciado o seu concerto às 22h20, foi aglomerando à frente de si o público que provavelmente já estaria à espera do concerto da Márcia, mas que assistiram até ao fim da actuação de /Lucas.
23h00, e era a vez de Márcia subir (novamente) a palco, desta vez nos Jardins do Palácio de Belém. Contando com o seu esposo Tomara na banda de suporte, Márcia apresentou um conjunto dos seus melhores temas já editados, enquanto esperamos pelo lançamento do seu novo álbum, “Vai e Vem”, que tem data de edição marcada para o mês de Outubro. Com temas como “A Insatisfação”, Márcia foi entoando os temas com a ajuda do público presente. No entanto, a hora escolhida para o seu concerto não foi a melhor, pois meia hora depois Lianne La Havas actuava no Claustro do Mosteiro dos Jerónimos, e pelo movimento do público compreendeu-se que era o concerto mais aguardado do dia. Ficamos a aguardar com expectativa o novo disco de Márcia.
@Nuno Conceição/Everything is NewCom as cadeiras do Claustro do Mosteiro dos Jerónimos bastante preenchidas, a britânica Lianne La Havas subia a palco para nos encantar com a sua pop misturada com a soul, registando-se influências ainda do R&B e do Rock. Demonstrando sempre uma atitude simpática e doce entre os intervalos das músicas, este regresso de Lianne a Portugal veio-se a revelar certeiro. Apesar de não ter editado nenhum disco novo desde a sua estreia por cá em 2015 (segundo a própria afirmou, encontra-se neste momento a gravar aquele que será o seu 3º álbum), a cantora e compositora deu um concerto memorável. Apenas acompanhada da sua guitarra eléctrica, a voz poderosa de Lianne deixou o público arrebatado, principalmente em êxitos como “Unstoppable”, “Forget”, “No Room for Doubt” ou na cover da clássica “I Say a Little Prayer”, eternizada pela falecida Aretha Franklin.
Um concerto bonito de uma hora, no belíssimo Claustro do Mosteiro dos Jerónimos, que apenas pecou pela curta duração. O público não queria deixar a britânica sair de palco no final, mas teve de ser. A expectativa é que talvez veremos a compositora por cá logo depois de lançar o seu próximo álbum. Quem sabe?
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