João Pereira 
O mercado de apostas online vive um crescimento meteórico há muitos anos, em todo o mundo. E, nos últimos anos, ficou ainda mais aquecido por diversos motivos. Em Portugal, por exemplo, houve a regulação da atividade em 2015. Entre 2020 e 2022, a série de confinamentos devido à pandemia do Covid-19 também colaborou para um aquecimento do setor.
A pergunta agora é: e em 2022, como vai ser? Teremos mais um ano com números positivos ou haverá uma reversão dessa tendência? A seguir, explicamos quais fatores podem influenciar o volume de apostas desportivas até dezembro e qual é a previsão do mercado até o momento.
Como foram os números em 2021
Desde 2015, com a regulação das apostas desportivas e jogos de casino em Portugal, esse setor cresceu imensamente. Não por acaso, há cada vez mais sites de apostas disponíveis no país, muitos deles avaliados pelo melhorescasinosonline.com.
A cada ano, temos observado novos aumentos, por exemplo, em:
- Volume de apostas
- Receita bruta dos sites de apostas
- Número de apostadores registados em operadores online
- Número de apostadores ativos
E os aumentos foram ainda maiores com a pandemia do Covid-19. Para muitos especialistas, esse crescimento ocorreu devido às fases de confinamento em muitos países. Afinal, isso teria levado a uma menor competição dos sites de apostas com outras formas de entretenimento e ao maior tempo que as pessoas passaram em casa nesse período.
Segundo relatório do SRIJ, o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos de Portugal, o volume de apostas desportivas online foi de 377,3 milhões de euros no último trimestre de 2021. Isso representa um crescimento de 9,2% em relação ao mesmo trimestre em 2020. Por outro lado, o número de novos jogadores registados passou, nesse mesmo período, de 293,8 mil para 212,6 mil.
Esses dados indicam que a pandemia pode ter acelerado o interesse dos portugueses por apostas desportivas. Com a normalização das atividades, o fenómeno perdeu um pouco de força. Mas é possível que o grande número de utilizadores registados entre 2020 e 2021 continue a ter efeitos de longa duração no mercado local.
É verdade que, em algum momento, esse crescimento pode encontrar um teto. Afinal, a população portuguesa não é infinita — tampouco o dinheiro disponível para apostas à cota. Mas, se levarmos em conta apenas os números nos últimos anos, o crescimento ocorrido após a criação do SRIJ e a pandemia deve continuar a ocorrer, mesmo que sem a mesma magnitude.
O que esperar até o fim de 2022
E o que 2022 pode dizer a nós, até o momento, sobre as tendências do mercado de apostas desportivas? Com o ano já próximo do fim, também já temos acesso a dados importantes do setor.
O SRIJ lançou relatórios com dados dos dois primeiros semestres deste ano, até agora. E eles trazem resultados pouco conclusivos, se pensarmos numa comparação entre 2021 e 2022. Mas algumas tendências já são marcantes.
O volume de apostas no segundo semestre deste ano (€304,9 milhões), por exemplo, foi praticamente o mesmo observado nesse período do ano passado (€305,5 milhões). Já o do primeiro trimestre foi muito menor em comparação homóloga. Foram €369,4 milhões em apostas nesse período — bem abaixo dos €423,8 milhões registados anteriormente.
Esses dados ainda são insuficientes para dizermos que haverá uma queda no volume anual. Afinal, ainda é possível que o setor recupere essa diferença nos dois últimos trimestres de 2022. No entanto, mostra que podem estar a ocorrer ajustes no mercado, principalmente se compararmos os dados de hoje com aqueles obtidos no auge do confinamento do Covid-19.
Razões para acreditar no aumento a longo prazo
Mesmo que haja uma queda no volume de apostas entre 2021 e 2022, esse poderá vir a ser apenas um reflexo do período de anormalidade durante a pandemia. Em outras palavras, são os números de 2020 e 2021 que parecem “fora da curva”.
Há boas razões para acreditar que a tendência de longo prazo é mesmo um aumento do mercado de apostas desportivas, por qualquer indicador que venha a ser analisado. Muitas dessas razões podem ser percebidas por meio de uma avaliação do público que já consome apostas desportivas em Portugal.
Um dado que chama a atenção, por exemplo, diz respeito ao perfil dos jogadores. Segundo o último relatório do SRIJ, referente ao segundo trimestre de 2022, essa é a distribuição dos jogadores registados por grupo etário em Portugal:
- 18-24 anos: 21,8%
- 25-34 anos: 37,3%
- 35-44 anos: 23,5%
- 45-54 anos: 12,0%
- 55-64 anos: 3,9%
- Mais de 64 anos: 1,5%
O que fica claro é a predominância de apostadores jovens em Portugal. Isso é normal, já que essas pessoas acessam mais a internet e têm uma facilidade maior em utilizar esse tipo de serviço. Por outro lado, muitos apostadores mais velhos já migraram de casinos terrestres para serviços online.
O mais importante, no entanto, é que isso demonstra a possibilidade de um crescimento sustentável para o setor. Afinal, as apostas desportivas online tendem a ter cada vez mais clientes à medida que jogadores experientes ficarem mais velhos e as pessoas mais jovens continuarem a apostar desde cedo.
Outro fator que tende a atrair cada vez mais jogadores para sites de apostas online é o forte investimento em marketing dessas empresas. As maiores marcas já se tornaram presentes nas principais competições de futebol, por exemplo, que é o esporte que atrai mais apostas hoje em dia. Elas são vistas nas camisolas das maiores equipas europeias e na publicidade dos canais de televisão, por exemplo.
Por fim, não podemos deixar de mencionar os avanços em tecnologia na indústria de apostas desportivas. Alguns exemplos atuais incluem a oferta de aplicações para dispositivos móveis, transmissão via streaming em direto e formas rápidas de pagamento.
Se somarmos esses recursos à grande variedade de bónus e promoções para novos utilizadores, fica fácil entender como os operadores de apostas têm atraído tantos clientes. Com o tempo, a tendência é que surjam cada vez mais argumentos vantajosos para o registo de novos apostadores. Afinal, são milhares de sites a buscar soluções para que seus negócios cresçam cada dia mais.
