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Análise ”Por 13 Razões” (13 Reasons Why) Segunda Temporada – Há sempre dois lados em cada história

Análise ”Por 13 Razões” (13 Reasons Why) Segunda Temporada – Há sempre dois lados em cada história

A segunda temporada de ”Por 13 Razões” (13 Reasons Why) da Netflix apresenta-se como uma continuação similar à da primeira temporada. A estrutura dos episódios continua similar, mas desta vez o “spotlight” ficamos a saber um pouco mais sobre as pessoas que tiveram influência no suicídio de Hannah Baker. A série regressa dia 18 de Maio à Netflix!

Nota: Se tu ou alguém que conheces está a passar por depressão, a ter pensamentos suicidas ou simplesmente precise de alguém com quem falar, recomendamos que entre em contacto com os associados do SOS Voz Amiga através dos seguintes contactos: 213 544 545 / 912 802 669 / 963 524 660. Para mais informações sobre a série em causa neste artigo, assim como para acederes a um guia de discussão vai a 13ReasonsWhy.info.

Passaram-se cinco meses desde os eventos da primeira temporada. Os primeiros episódios fazem questão de mostrar os efeitos que os eventos passados tiveram na vida das personagens. Algumas tentam continuar com as suas vidas apesar dos inúmeros “elefantes na sala”, outras viram as suas vidas a mudar para pior em todos os sentidos.

Ao longo da narrativa com as fotos polaroids e com diversas ameaças feitas a várias personagens, torna-se evidente que há alguém que quer manter a “ordem” que já existia em Liberty High, mas ao mesmo tempo existe alguém que quer que uma certa verdade venha ao de cima. Com os jovens a irem um a um prestar depoimentos no julgamento da escola pelo suicídio de Hannah Baker, aos poucos, a história vai-se tornando um pouco mais clara.

Aqui a ação não é tão focada em Clay Jensen como na primeira temporada, mas também dá espaço a outras personagens relevantes tais como Jessica que continua numa luta contra os seus demónios pessoais, Alex que está a recuperar da sua tentativa de suicídio, Tyler que começa aos poucos a seguir por uma nova fase negra e Olivia Baker que continua a procurar justiça pela sua filha apesar de todas as consequências que o julgamento teve na sua vida.

O estilo dos episódios manteve-se similar ao da primeira temporada, mas desta vez alternamos entre o presente e os testemunhos de várias personagens com alguns flashbacks que ajudam a contar as suas histórias. Graças a estes testemunhos não só ficamos a saber de vários detalhes que Hannah não revelou nas cassetes, mas também ficamos a conhecer um pouco melhor as personagens que foram referidas nas cassetes.

Isto dá espaço ao espectador para avaliar os jovens envolvidos nas cassetes sem estar muito condicionado ao lado de Hannah. Alguns jovens ganham simpatia pela sua sinceridade e lutas pessoais, outros conseguem tornar-se mais detestáveis, isto dando crédito também ao acting melhorado de muitos dos atores mais jovens. O “show and tell” consegue resultar bem particularmente nas partes em que uma personagem ou está a falar de algo muito pessoal, ou a mentir com todos os dentes.

À medida que o julgamento vai avançando e as verdades sobre várias personagens vão sendo reveladas as consequências para cada uma das personagens que tenta fazer a coisa certa vão acumulando como uma enorme bola de neve com consequências progressivamente mais evidentes.Como na primeira temporada as histórias vão ganhando um lado mais negro e progressivamente mais revelador quer sobre as pessoas lesadas pelas cassetes quer sobre a própria Hannah cujas virtudes e falhas humanas são mais expostas. Afinal, há sempre um lado da história que remete para a verdade por detrás da verdade em torno de várias situações.

O tema do suicídio continua bem presente na narrativa, mas conforme foi referido pelo realizador, temas como assédio sexual, uso e abuso de drogas, armas e depressão e doenças mentais ganham relevância na narrativa, mas nunca de uma forma que pareça forçada. Da mesma forma que a primeira temporada abriu um espaço para conversas entre adultos e jovens sobre depressão e suicídio, esta temporada certamente irá alargar os temas para dialogar sobre muitas outras questões presentes nas vidas de muitos adolescentes atualmente.

A segunda temporada de 13 Reasons Why, além de manter a mesma estrutura e realismo face aos temas abordados, promete uma série de surpresas para aqueles que achavam que não haveria mais nada a contar em torno do suicídio de Hannah Baker. Não só nos revelam as “Cinquenta Sombras” de vítimas e agressores, mas também ganha a coragem de ir ao encontro de temas mais pesados. Para os mais sensíveis: vejam certos episódios por vossa conta e risco porque certas cenas mais pesadas são bastante explícitas.

Sem dúvida irá superar as expectativas de todos aqueles que pensam que não haveria mais assunto após o livro ou a primeira temporada, infelizmente o desfecho vai deixar muito a desejar. O final poderá ser um tanto confuso e anti climático, contudo não anula a experiência que tive com os restantes episódios nos quais deu para perceber um pouco mais da história inicial.

Se a primeira temporada causou diversos diálogos e debates em torno do suicídio jovem, esta nova season certamente irá abrir mais portas em torno de outras temáticas que ou têm sido discutidas nos últimos tempos nos media norte-americanos ou em torno das quais ainda existe um certo tabu em dialogar. Ame-se ou odeie-se esta temporada certamente irá dar que falar.

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