A primeira semana de Março traz-nos alguns espectáculos a não perder. Aqui fica a agenda da semana com algumas sugestões.
Dia 9, Banda Sonora estreia no São Luiz Teatro Municipal. O ponto de partida será a composição musical criada pelo pianista, compositor e orquestrador Filipe Raposo. A existência da música e as experiências quer com os músicos quer com as vozes criará uma determinada atmosfera. Com texto e encenação de Ricardo Neves-Neves, em cena até dia 18.
Dia 10, estreia O Principezinho no Teatro da Trindade Inatel. A célebre obra de Antoine de Saint-Exupéry, que acompanhou várias gerações de miúdos e graúdos, chega agora ao palco em forma de musical. Uma adaptação da versão original de Àngel Llàcer, Manu Guix e La Perla 29, que esteve em cena em Espanha em 2016, com produção da Universal Music Portugal e encenação e adaptação de Pedro Penim. Música, canções, actores, personagens virtuais em 3D e efeitos visuais de video mapping criam uma cenografia visual mágica que transporta o público para um mundo fantástico.
No mesmo dia, Teatro Municipal Joaquim Benite recebe Um D. João Português, uma encenação de Luís Miguel Cintra. A versão integral deste espctáculo estreou em Janeiro, em Guimarães, e apresenta-se agora em Almada, em duas partes. Na primeira, acompanhamos a fuga de D. João e do seu criado Esganarelo, depois de o primeiro ter morto o pai e uma amante. Na segunda, o herói prepara-se para oferecer um jantar à estátua do comendador morto, mas as recriminações de um credor, do próprio pai e de D. Elvira vêm adiar o seu encontro com o cadáver. O protagonista, no entanto, parece incapaz de sentir remorsos.
Ainda no dia 10, Crise no Parque Eduardo VII sobe ao palco do Cine-teatro de Alcobaça. Dois velhos sentados num banco de jardim. O tempo parece suspenso nas horas imóveis do parque, no outono esquecido da vida. Aqui subvertem-se as aparências, mostrando como a vida se inventa em cada palavra. Poderiam ser o palhaço rico e o palhaço pobre, ou Arlequim e Pierrot, ou Vladimir e Estragon à espera de Godot, mas sem deixarem de ter um pouco de cada um destes pares de personagens, nas suas tensões, na sua complementaridade, no seu jogo perante o mundo. É por isso que este espectáculo não é apenas uma comédia, nem é apenas uma tragédia, mas uma comédia às costas da tragédia e, simultaneamente, uma tragédia vestida de comédia.