Adamastor trata-se de um projeto com um tema que dá uma nova abordagem à imagem que temos dos filmes de terror. O objetivo principal passa por apresentar um produto ligado a um filme de terror que fuja ao conceito habitual de um conteúdo mais “negro” e “másculo”, apresentando várias personagens com um visual mais adorável.
Os desenhos dão um ar fofo a personagens como Freddy Kruger (Pesadelo em Elm Street), Michael Myers (Halloween), Samara (The Ring), Pennywise (IT) e, claro, não podia faltar a Wednesday Addams. A CA Notícias esteve um pouco à conversa com o criador do projeto, Marcos Martins, um amante acérrimo de terror que criou este projeto graças a uma paixão com desenho e terror na mistura.
Poderás saber mais sobre este projeto consultando a sua página oficial, ou espreitando as suas redes sociais (facebook, twitter e instagram).
CA Notícias: Como e quando surgiu a ideia para o Adamastor?
Marcos Martins: Basicamente foi devido à minha esposa. Após anos de insistência, cedi à vontade dela em voltar a desenhar, e ao fazer isso, deu ela a ideia/desafio de juntar as minhas duas grandes paixões, desenho e filmes de terror. E assim, uns dias após a ante estreia do “It” no motelx, e ao desenhar a personagem do “Pennywise”, pensei em “lucrar” com estas duas paixões criando o que mais tarde viria a ser chamado de “Adamastor”.
CA: Como definirias o conceito do teu negócio? Porquê um negócio de retalho de vestuário online?
Marcos Martins: A ideologia do Adamastor é simples, conseguir que seja roupa que possa ser usada por ambos os sexos em qualquer situação quotidiana de uma pessoa. Muita da roupa que nós encotramos no mundo do terror, tem um carácter mais negro além de mais “másculo”. O Adamastor visa ser uma alternativa fazendo desenhos que uma pessoa pode mostrar diariamente ao mundo sem que as outras pessoas se sintam “ofendidas” pelo factor macabro ou horrendo dos mesmos.
Marcos Martins: A razão de ser vestiário vem um bocado de minha parte aonde eu adoro usar designs diferentes e que reflectem também a minha personalidade. Acho aborrecida aquela tshirt sem nada aonde não simboliza um bocado de quém tu és e do que tu gostas, já basta sermos mais um número de contribuinte nesta nossa sociedade. O facto de ser online é simples, cada vez mais o futuro é digital, e como o meu mercado abrange praticamente o mundo todo, não poderia ficar apenas pelo nosso país.
CA: Podes-me falar um pouco dos produtos que têm ao dispor neste momento?
Marcos Martins: A página está a sofrer uma re-inserção de todos os desenhos, por motivos de re-branding, mas posso dizer que a maioria, por agora são figuras do cinema de terror mundial, desde dos anos 70 até ao presente dia. Contudo, haverá cada vez mais desenhos com motivos mais cómicos, sem nunca fugir à ideologia do terror, tal como, por exemplo, o “Cereal Killer”, no qual uma colher numa taça de cereais, está a tentar “esfaquear” um dos mesmos cereais, daí o mesmo título.
CA: Quem mais está envolvido no projeto além de ti? As ilustrações são todas tuas?
Marcos Martins: Basicamente sou eu, o artista (sendo todos os desenhos de minha autoria), o mesmo que faz as estampagens manualmente, tal como gere a página e as plataformas sociais, e o meu braço direito, a minha esposa que me atura (risos) e que dá aquela opinião sincera, feminina sobre toda a fase/etapa do projecto.
CA: O que sentes que distingue os teus produtos de outros do género?
Marcos Martins: Tal como disse anteriormente, é uma linha mais acessível a qualquer género, tal como idade. Podemos nós levar uma tshirt do Adamastor para o trabalho, ou para uma festa, sem ferir os sentimentos de todos os que nos rodeiam. É uma linha “leve” mas sem nunca fugir ao amor pelo terror, que é acima de tudo a grande ideologia do Adamastor.
CA: Há alguma franquia que tenha uma popularidade peculiar entre os vossos clientes?
Marcos Martins: Estranhamente, por um lado, o “Sam” do filme “Trick R’ Treat” é uma das figuras que tem mais saída pelos Estados Unidos, um dos meus maiores mercados. Mas claro que o “meu” Freddy Krueger, tal como o Michael Myers e o Jason Vorhees (Pesadelo em Elm Street, Halloween e Sexta Feira 13, respectivamente) tem sempre muita saída. Além disso, há uma enorme saída do Coelho da Pascoa entre as mulheres.
CA: Que tipo de público achas que se sente mais atraído pelos produtos da Adamastor?
Marcos Martins: Pode parecer “estranho” mas mais da metade dos meus clientes são do sexo feminino, e isto faz-me muito feliz pois sentem-se elas “à vontade” em usar o Adamastor. Muitas dizem que finalmente há uma linha de roupa que junta o “fofo ao horrendo” e de certa forma baseia muito da minha forma de ver o meu Adamastor.
CA: Há alguma faixa etária em particular que aches que gosta do vosso conceito?
Marcos Martins: Sinceramente, pelas estatisticas, ronda entre os 19 aos 45, isto também tem a ver um bocado com o poder de compra, aonde começa pelos 25 para cima, mas mesmo assim, há um campo muito grande de idades.
CA: Como sentes que se este negócio se tem saído até ao momento? Em Portugal o projeto tem tido sucesso?
Marcos Martins: Em Portugal pensava que ia ser mais difícil, contudo, penso que este verão será o grande investimento aqui no país, com a minha entrada em várias feiras e espero eu em acontecimentos/festivais indicados ao estilo do Adamastor.
CA: E noutros países quais os que mais se interessaram pelo projeto?
Marcos Martins: Felizmente, o interesse tem sido muito grande a nível europeu, como por exemplo na Holanda, mas principalmente nos Estados Unidos, onde a comunidade de fãs de filmes de terror, é muito maior (como seria de esperar) que aqui no nosso país. Neste mesmo país a adesão do Adamastor tem subido drasticamente neste último mês de abril sendo digna de saliência num dos maiores “Podcasts” de terror do país.
CA: Que projetos tens em mente para o futuro?
Marcos Martins: Continuar a desenhar, continuar a fazer modelos genéricos para o site tal como modelos únicos a pedido dos clientes. Claro que ter lucro é sempre bom, mas acima de tudo ter alguém a usar uma peça do Adamastor por gostar da figura em questão, por gostar do mesmo estilo de cinema que eu tanto amo, pois foi por isso que comecei o Adamastor, pelo amor ao cinema de terror. Além disso, estou em negociações com uma das maiores páginas de terror portuguesas além de apoiar o cinema de terror português.
Fotografias de Marcos Martins