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Nova fórmula para piratear transmissão de jogos em streaming

Nova fórmula para piratear transmissão de jogos em streaming

A oferta ilegal de transmissões de jogos de futebol em streaming grátis tem sido, sobretudo nos últimos anos, uma enorme dor de cabeça para as ligas e para os detentores dos direitos dos encontros. A situação tornou-se ainda mais problemática nos meses mais recentes, com a entrada em cena das redes sociais no esquema, designadamente desde que surgiu o Facebook Live, que tornou obsoleta a necessidade de ligação a uma página específica de streaming.

Estreado em final de 2015, a referida funcionalidade sofreu uma grande evolução ao longo de 2016, com o próprio Facebook a dar prioridade a este conteúdo no algoritmo que define aquilo que mostra aos utilizadores. E se, tecnicamente, qualquer telefone com conexão à internet pode emitir um vídeo em direto, a retransmissão ilegal dos jogos de futebol tornou-se também muito simples, bastando que alguém contrate o serviço a uma empresa que detenha os direitos e depois, através de um programa gratuito de retransmissão de vídeo, o sincronize com o Facebook. O resultado é a reprodução das imagens com a mesma qualidade que foi contratada.

Perfis temporários apagados no final

Para a difusão das imagens são criados perfis apenas para transmitir cada jogo, sendo depois apagados da rede social. Através de uma rede de ligações com outros perfis que também serão apagados mal termina a partida, estas emissões conseguem chegar a centenas de milhar ou mesmo milhões de espectadores. Sem surpresa, os jogos da Liga espanhola, da Premier League ou da Liga dos Campeões são os mais apetecíveis.

Num trabalho divulgado esta terça-feira pelo jornal espanhol ‘El País’ é dado como exemplo o Barcelona-Real Madrid, disputado a 3 de dezembro. O clássico chegou a uma audiência de 600 milhões de pessoas de 185 países, mas estes números não incluem as transmissões piratas através do Facebook Live. Uma delas, através da página ‘Capitanes del Fútbol’, chegou a ter mais de 700 mil pessoas conectadas ao mesmo tempo e, ao intervalo, já acumulava 4,6 milhões de visionamentos.

A fórmula para estas retransmissões ilegais permite tornear as regras do Facebook. Há várias páginas a alimentar uma comunidade de centenas de milhares de seguidores mas a estratégia passa por não emitir os jogos diretamente, evitando assim que sejam encerradas pela rede social. Ao invés, publicam e partilham as ligações nas quais os jogos estão disponíveis, muitas vezes com vários perfis intermédios antes de chegar àquele que emite o sinal do encontro. Quando este termina, todas as ligações, comentários, anúncios são apagados.

“Fecha-se uma e abrem outras…”

Contactada pelo ‘El País’, a Liga espanhola admitiu a preocupação. “Temos acordos com as plataformas de redes sociais para rastrear os conteúdos ilegais. Con o Twitter, por exemplo, são eliminados automaticamente quando os detetamos. Além disso, no caso do Facebook, eles têm uma ferramente própria, pelo que fazer desaparecer estos vídeos é mais rápido. Mas fecha-se uma e abrem outras…”, refere a fonte citada.

Esta nova forma de pirataria tem no facto do consumidor ser quase passivo a grande novidade. Não precisa de navegar por várias páginas, muitas das vezes o conteúdo surge-lhe disponível no seu próprio perfil no Facebook, desde que faça parte de uma comunidade de utilizadores que gostam de futebol – nem precisa seguir essas páginas, pois basta que um amigo dê um ‘gosto’ ou partilhe o jogo.

“Em princípio, a interpretação é que os utilizadores que vejam esse conteúdo não cometem qualquer delito porque a sua conduta não se encaixa na tentativa de ter lucro”, explica David Maeztu, um advogado espanhol especializado em direito de internet e propiedade intelectual citado pelo ‘El País’.

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