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Those Who Remain (Playstation 4) | Análise Gaming

Disponível para: PS4, XBOX One e PC

Those Who Remain (Playstation 4) | Análise Gaming

Those Who Remain é um thriller psicológico com uma base de horror e com a influência de muitos jogos do género. Produzido pela portuguesa Camel 101 e publicado pela Wired Productions, o jogo oferece uma verdadeira experiência de ambientação e terror.

Esta não é uma experiência suprema do horror, mas sabe balancear entre uma atmosfera amedrontadora, sem recorrer a jump scares, e os seus quebra-cabeças.

A história do jogo passa-se em Dormont, na Pennsylvania. À medida que as luzes se apagam, as brasas da escuridão são atiçadas e todo um Inferno se solta na cidade. Aqui jogamos com Edward que se encontra inicialmente no Golden Oak Motel. Acontece que a cidade é afectada por uma onda de desaparecimentos, quase a fazer lembrar um caso dos Ficheiros Secretos (ou X-Files na sua língua original). Consequentemente, a onda de medo aumenta em toda a cidade e, com esse medo, vem a escuridão, que se torna o habitat natural daqueles que ficaram. Portanto, vamos encontrar uma cidade completamente deserta (ou quase), como vão poder constatar com o desenrolar do jogo. A cidade está numa espiral de loucura, que rompe o próprio tecido da realidade e que se vê deformada pela escuridão e pelas acções dos seus habitantes. Durante o jogo, vais saltar entre várias realidades, de modo a entender o que realmente se passa.

Edward não era propriamente um anjo… ele até está no Golden Oak Motel para se encontrar com a sua amante. Depois de mandar abaixo alguns Whiskeys, a ideia dele é terminar esta relação extraconjugal, já que ele tem uma esposa e também uma filha. Assim sendo, dirigiu-se ao motel para se redimir do que tem feito de errado… mas o que o espera é bem maior do que ele pensava.

Aqui o jogo vai fazer-te enfrentar alguns monstros, não tanto numa perspectiva de luta, mas sim mais numa perspectiva de fuga ou, na realidade, numa perspectiva de evitar a sua presença. A meu ver, estes monstros poderiam ter sido mais trabalhados de modo a teres algum medo deles. Vais passar por vários sítios da cidade, cada um deles com a sua importância para a história e também terás de fazer algumas escolhas, escolhas essas que vão ter impacto significativo no seguimento da tua história.

As mecânicas dos quebra-cabeças são bem diferentes, baseado na procura de items que necessitas para avançar na história, como por exemplo ligar fusíveis para o gerador, de forma a conseguires iluminar o espaço para onde tens de ir. Como neste jogo podemos interagir com muitos objectos, às vezes, o que procuramos não está nos sítios mais óbvios, e isso é uma mecânica bem explorada pelo jogo. Assim sendo, a ideia do jogo prende-se com a exploração do ambiente, mexendo em várias coisas até encontrar o pretendido.

O jogo também possui uma grande quantidade de documentos, que te vão metendo a par da história do jogo e do universo, criando assim uma história bem interessante de se acompanhar.

Os gráficos de Those Who Remain são bonitos, mas nada do outro mundo. Existe aqui uma boa direcção artística, mas infelizmente faltam os meios para conseguir dar um passo maior. Poderiam estar melhor por serem feitos a pensar na actual geração de consolas, mas, tendo em conta que é um jogo indie, produzido por uma equipa bem pequena, temos de nos focar noutros detalhes, como os efeitos de luz, que estão bem aproveitados. Aliás, toda a premissa do jogo é focada exatamente na falta de luz, porque, como eles dizem, “cuidado com a escuridão”! Atenção, na própria luz existe escuridão e é exatamente aí que o jogo brilha. Quando uma área é iluminada, o que está em volta tende a tornar-se mais escuro e difícil de se conseguir ver.

O som (ou falta dele), como já é apanágio dos jogos do género, está bem conseguido e acaba por ser o elemento que mais suspense cria no jogo.

A movimentação no jogo é bastantes presos, perra até, e até o simples acto de correr, às vezes, se torna estranho. Este jogo ainda tem alguns pontos para limar que, com certeza, serão corrigidos no futuro. Na realidade, os erros não são nada que não possam ser limados, mas que acabam por estragar um pouco a experiência de gameplay, falando isto da versão actual de Playstation 4. Quando os problemas de performance forem corrigidos, mais recomendado será para os fãs do género.

No fundo, eu gostei do jogo, sendo que a história é bastante interessante. Tem problemas na performance gráfica? Sim tem, mas a história compensa nesse sentido. Para quem é português, vai encontrar alguns easter eggs bem interessantes, como referências a outros jogos portugueses e também a festivais de cinema de terror. O que falta ao jogo é mais a criação de medo, que nunca, ou raramente, se sente durante o jogo. No entanto, a nível de narrativa, vai deixar-te preso ao jogo. 

 

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