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Primeiro dia de NOS Alive ’18 – O resumo de 12 de Julho (com fotogaleria)

Primeiro dia de NOS Alive ’18 – O resumo de 12 de Julho (com fotogaleria)

A CA Notícias esteve presente em varios concertos do primeiro dia, para lhe trazer as imagens exclusivas de algumas das nossas sugestões. Leia o resumo e veja o que se passou em palco no concerto dos Quarto Quarto, Vermú, Miguel Araújo, Jain, Bryan Ferry e Wolf Alice.

Quarto Quarto e Vermú marcaram o início dos Palcos NOS Clubbing e Sagres, com propostas interessantes para começar o dia. Em português e castelhano, ouviram-se sons de rock, diferentes entre si. Dois concertos pequenos, mas que certamente suscitaram o interesse dos desconhecidos que visitaram estes dois palcos.

Chegava a hora do arranque do Palco NOS, com a música portuguesa a dar as boas-vindas. Miguel Araújo, começou o seu concerto com Fizz limão, ainda o público estava-se a chegar à frente do Palco NOS. Com a boa disposição habitual do portuense, foram poucos os que não mexeram o pezinho durante o concerto. A acompanhá-lo destaca-se Joana, a guitarrista que solta muitos aplausos e gritos por alguns elementos do público presente.

Após 2 músicas, Miguel Araújo dirigiu-se ao seu camarada António Zambujo que estaria a comentar o seu concerto na Rádio Comercial, e que mais tarde iria actuar no Palco EDP Fado Café. Araújo ainda brincou com o facto do amigo actuar num palco mais pequeno e com os seus jeitos de canto. O término do espectáculo ficou a cargo daquele que será, indiscutivelmente, o sei maior êxito a solo, “Os Maridos das Outras”. Relembrando o célebre clássico “Radio GaGa” dos Queen, Miguel Araújo dirigiu-se ao público estrangeiro pela primeira vez em Inglês, pedindo que acompanhem pelo ritmo de aplauso a sua música, terminando de forma bastante animada um concerto competente.

Jain foi quem se seguiu no Palco Sagres e que injecção de energia foi administrada neste final de tarde. Com uma Infinity Gauntlet musical (ou algo similar) calçada no braço esquerdo da francesa, a tenda bem repleta do Palco Sagres dançou com euforia a qualquer movimento da artista. Uma pop alegre e descomprometida foi o que a francesa ofereceu na tarde de ontem.

Em contraste, estava Bryan Ferry no palco principal do NOS Alive ’18. O eterno vocalista dos Roxy Music teve uma tarefa ingrata de actuar ainda de dia, e antes de Nine Inch Nails, o que levou a que muitos espreitassem os outros palcos antes de NiN ou que tenham ido comer alguma coisa antes das emoções mais fortes. No entanto, êxitos intemporais tais como “Slave To Love” foram retendo os espectadores que por lá apareceram.

Entretanto, Wolf Alice já tinha começado no Palco Sagres e pareceu-nos estar tão ou até mais composto do que o Palco NOS (ajudando também o facto de se encontrar no meio de zonas de alimentação), realçando a vitalidade desta jovem banda, e a força da também jovem Ellie Rowsell. Quem não conhece e olha de relance para um espectáculo dos Wolf Alice pode pensar que a vocalista tem um ar frágil, mas, neste primeiro dia de NOS Alive, ficou provada a força da vocalista.

Muitos milhares tiveram de sair depois depressa em direcção ao palco NOS, pois iria começar o concerto dos grandes vencedores do primeiro dia do NOS Alive, Nine Inch Nails. A banda liderada por Trent Reznor entrou de rompante, atacando com tudo, e não perdendo tempo com meias-medidas e interacções com o público. Foi assim até quase ao fim, pois o tempo que tinham para actuar era muito curto para o vasto reportório e qualidade da banda que ajudou a definir o rock industrial. Talvez “picados” pelo facto de só terem uma hora para actuar, actuarem de dia ainda e antes dos Snow Patrol, pode ter dado ainda mais vontade à banda para surpreender os que lá estavam maioritariamente para Arctic Monkeys. Num festival de grande dimensão como é o NOS Alive, que comporta diariamente 55 mil espectadores, os concertos nos palcos principais de bandas que não são o maior chamariz do público podem revelar-se bastante complicados. Com todas as contrariedades em cima dos seus ombros, Reznor e companhia entregaram o melhor concerto da edição do festival neste primeiro dia. No palco a iluminação e a cenografia era genial e completamente de acordo com a música que se ouvia. Por vezes só rodeados de fumo preto e com as suas sombras expostas atrás do palco, ou envoltos numa explosão de cor azul e vermelha, tudo fazia sentido ali. Faixas como “Copy of A”, “Head like a hole” ou “Hand that feeds” foram responsáveis pelos maiores momentos de Headbanging da primeira noite. O público que não estava assim tão interessado ou sequer conhecedor da magnitude da banda que ali se apresentava ainda com o sol a raiar foi sendo conquistado a cada música que os Nine Inch Nails apresentavam. Se no início da actuação era normal muitos espectadores estarem a falar entre si ou a consultar as suas redes sociais, ao longo do tempo isso foi diminuindo, culminando na fantástica”Hurt”. Foi mais curto do que o desejável, e talvez não estivessem tão bem enquadrados neste cartaz (o que seria ver este concerto imediatamente antes ou depois de Qotsa), mas os Nine Inch Nails deram tudo e tanto eles, como nós, concordamos que o regresso tem de ser célere.

00:05 marcava o relógio, quando a maioria do público já esperava ansiosamente pelo grande nome do dia (pelo menos assim era na disposição do cartaz), os Arctic Monkeys. Os rapazes de Sheffield já não querem ser chamados de miúdos, e isso é evidente nas suas novas “roupagens”, adequadas ao seu novo álbum “Tranquility Base Hotel & Casino”. E vendo bem as coisas, os rapazes de Sheffield já passaram a barreira dos 30, apesar de parecer que começarem nesta vida recentemente. O novo álbum não é unânime para os fãs dos Arctic Monkeys, e por isso o regresso da banda britânica aos palcos portugueses, 4 anos depois da última vinda (curiosamente no mesmo festival), era aguardado com alguma expectativa, mas sem grandes euforias (essas estariam guardadas para os dias seguintes). Ao som de “Don’t Let Me Down” dos Beatles, os ânimos iam aquecendo até à entrada da banda em palco. “Four out of Five” é a música que abre o concerto, e pressentimos de imediato que o concerto não seria arrebatador. Isto porque quando uma banda rock começa um concerto com o seu novíssimo single, e não arranca grandes declarações de dança ou amor por parte do público, algo está mal. Com um início tépido, a banda responde com o êxito de sempre “Brianstorm”, e não fosse o belo tapete verde artificial do recinto, e muito pó seria levantado. A dupla seguinte “Don’t Sit Down Cause I Moved Your Chair” e “Crying Lightning” acalmam as nossas preocupações, tendo sido provavelmente o melhor momento do concerto. A partir daí é que começaram os problemas. Imbuídos pelo espírito de hotéis e casinos, a banda apresentou até ao final do concerto uma mistura eclética entre músicas recentes com clássicos intemporais como “I Bet That You Look Good on The Dancefloor”. A questão é que foram poucas as que soaram realmente bem. As novas faixas não eram bem recebidas pelo público, e as mais antigas eram apresentadas com arranjos diferentes, que influenciavam os seus tempos e ritmos. Nada contra a ideia em si, a questão é que músicas como “Teddy Picker” ou “Pretty Visitors” não funcionam daquela forma. E é aí que reside o cerne do problema actual da banda. Alex Turner já não quer fazer faixas agressivas e rápidas. Alex Turner quer fazer de Nick Cave. Podendo cair nalguma falácia, o líder da banda terá muito provavelmente pegado mais vezes no pente para se pentear do que na guitarra para tocar. E o que resulta desta dicotomia, é um concerto que não faz sentido em regime de festival de grandes dimensões, e que dificilmente será aceite pela sua legião de fãs. Não podemos afirmar que este concerto tenha sido o pior da banda em terras lusas, mas a verdade é que pelas opiniões recolhidas naquela noite, poucos (ou até mesmo ninguém) terá saído inteiramente satisfeito com o concerto dos Arctic Monkeys. Portugal continua a gostar bastante deles, mas os Arctic Monkeys terão de escolher melhor o próximo passo dado e ver qual o espectáculo mais adequado para um concerto desta dimensão. Em nota de rodapé, o texto foi escrito por alguém que até aprecia bastante o “Tranquility Base Hotel & Casino”.

 

Texto – Guilherme Teixeira

Fotografias – Tiago Pereira

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