Foi no passado domingo que nos despedimos de mais uma edição do MEO Marés Vivas, com um ambiente dedicado ao pop, numa noite de emoções fortes desde o inicio ao fim. A noite começou com LP no Palco MEO, abrindo espaço para a voz soul de Joss Stone e para a sensualidade de Rita Ora e terminou com a atuação dos D.A.M.A.
Começamos a tarde a ouvir o concerto de Janeiro, que nos presenteou com um concerto simples e agradável, mantendo a sua reputação da corrida à Eurovisão. Tivemos direito a ouvir um dueto de duas canções com Tiago Nacarato. Seguiu-se Sea, que cantou músicas que apesar de não serem dela foram do completo agrado do público assíduo e interessado, maioritariamente constituído por adolescentes.
Chegou a vez de Bárbara Bandeira, que cantou os temas mais conhecidos, tendo sido “A Última Carta” o que mais se destacou. No entanto a audiência foi mais uma vez constituída por um público jovem que marcou presença em peso neste último dia de festival.
O Palco MEO abriu com LP, que nos deu a conhecer a sua voz potente misturada com uma presença simples mas altamente dinâmica em palco. O seu concerto abriu as festividades do dia, enquanto alternava entre ukelele, pandeireta e harmônica, provando também que o assobio é tão potente como os seus agudos. Foi com “Lost On You” que encerrou o concerto e contou com a ajuda do público que vibrou ao máximo com o momento.
Entretanto chegou a vez de Joss Stone, que para muitos foi o concerto da noite e para outros foi uma pequena desilusão. Joss entrou no palco com a sua habitual descontração, descalça e de vestido, deixando transparecer as suas boas energias, foi cantando e falando com o público, descrevendo cada música antes de a cantar, para nos fazer navegar para longe e sentir a música como ela o faz. No entanto, apesar de achar que foi um dos melhores concertos do festival, ficou um pouco aquém daquilo que esperava, apesar de não ser a fã mais conhecedora de todos os seus singles, conheço bastantes e durante todo o concerto só fui capaz de reconhecer dois, em que apenas um foi reconhecido pelo público em geral.
Apesar de ter sido um grande concerto por parte de Joss, admito que o publico queria ouvir os grandes sucessos como “Super Duper Love“, “Right To Be Wrong” ou “You Had Me” e talvez tenha sido esse o grande motivo para a desilusão de muitos.
Seguiu-se Rita Ora, que apesar de atrasada contou com a maior audiência da noite, compensando o atraso com o show de sensualidade e boa música. O concerto foi mais ao menos previsível na medida em que todas as músicas cantadas eram conhecidas pelo público, que cantou e dançou do inicio até ao fim, sem dar tréguas ao vento, cansaço, lama ou até mesmo o desnível do relvado.
Podemos ver um pequeno tributo a Avicii, ouvir musicas como “Your Song“, “Anywhere“, “Body on Me” e ainda tivemos um momento surpreendente em que um fã pediu a Rita para cantar e a cantora fez lhe a vontade. A voz dele surpreendeu tudo e todos, incluindo a cantora, que o abraçou no fim. Apesar de tudo foi o concerto da noite para quase todos os presentes, que depressa se apressaram a abandonar o recinto quando chegou ao fim do concerto.
Chegou a vez dos D.A.M.A. que também se atrasaram a entrar no palco mas que foram recebidos por um público jovem e altamente recetivo, que cantou e dançou sem pensar no dia seguinte. Foi um concerto também um pouco previsível e do agrado de todos os fãs que aguardaram ansiosamente durante horas para ver a banda portuguesa atuar e a fechar as festividades da edição deste ano.
Em suma, foi um excelente dia de boa música e bom ambiente, no entanto, devido à proximidade com o mar, o frio fez se sentir durante a noite, tornando a experiência um pouco desagradável para os festivaleiros que não contavam com isso, uma vez que o dia foi quente. LP surpreendeu todos com a sua atitude simples em palco, Joss Stone dançou e cantou fazendo-nos viajar nas profundezas da música, Rita Ora deu-nos uma lição de sensualidade enquanto projetava a sua voz e dançava sem parar, os D.A.M.A fizeram alegria e a tristeza de todos, por termos chegado ao fim de mais uma edição.
O MEO Marés Vivas regressa em 2019, mas em lugar desconhecido, segundo a PEV Entertainment (responsável pelo festival), o evento ocorrerá entre os dias 18 e 21 de Julho, em Gaia e junto ao mar, mas num local a confirmar.
Lembramos que a edição deste ano teve lugar na Antiga Seca do Bacalhau, em Canidelo, para aumentar o número de visitantes e também a oferta dentro do Festival. No entanto, o local não foi o mais feliz, uma vez que o frio e o vento que se fez sentir no último dia tornou a experiência um pouco desagradável para os festivaleiros.
Quanto à afluência deste ano, segundo a PEV, cerca de 100 mil pessoas passaram pelo Festival, sendo que o dia de David Guetta e Kodaline esgotou antecipadamente, por outro lado, o primeiro dia, de Jamiroquai esgotou no próprio dia.
Ficaremos então aguardar novidades daquele que é um dos maiores festivais de música a ter lugar no Norte do País e que consegue sempre surpreender os festivaleiros com um cartaz recheado de grandes nomes.