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Pearl Jam no NOS Alive ’18 – 55 mil a reviver os anos 90 e o grunge

Pearl Jam no NOS Alive ’18 – 55 mil a reviver os anos 90 e o grunge

O final do NOS Alive ’18 deu-se com o reencontro dos Pearl Jam com o público português 8 anos depois do último concerto por cá. Nunca falham, e é mais uma página na história de amor entre a banda e o nosso país. Saiba como correu o concerto no Sábado.

A noite era de Eddie Vedder e restante banda e ninguém podia pôr isso em causa, tal como foi comprovado presencialmente. Poucos dias depois de terem sido anunciados como os cabeças-de-cartaz do festival, os bilhetes para o dia 14 Julho esgotaram, e poucas horas depois os passes de 3 dias já estavam esgotados também. Portanto não era nada difícil de adivinhar que os 55 mil no Passeio Marítimo de Algés estavam lá pelos Pearl Jam. Começando o concerto em lume brando com “Low Light”, foi logo na segunda música “Better Man” que se viu a confissão dos milhares presentes a Eddie Vedder, com poucos a não cantarem “She lies and says she’s in love with him, can’t find a better man She dreams in colour, she dreams in red, can’t find a better man”.

Já passaram 28 anos desde a criação da banda, e é incrível a devoção dos fãs à banda de Seattle. Enquanto esperávamos pela subida a palco de Vedder, Mike McCready, Stone Gossard, Jeff Ament e Matt Cameron, víamos e ouvíamos pessoas vindas dos quatro cantos do planeta propositadamente para ver os Pearl Jam. Israel, África do Sul ou Inglaterra foram alguns dos países representados neste dia do festival, e mais países certamente estariam representados em Algés. Com tudo o que aconteceu ao rock e ao grunge, os Pearl Jam ainda navegam como uma banda estável e com a qual podemos contar sempre. Eles são “a banda”, estatuto apenas comparável na actualidade com bandas como U2, Metallica ou Rolling Stones, e isso não é difícil de alcançar. Muito se deve à simpatia natural de Eddie Vedder e restantes companheiros de banda. As actuações da banda transbordam de inocência, oferecendo tudo o que têm, porque sabem que as pessoas que estão ali tiveram de gastar muito dinheiro e o seu tempo para os ver, e portanto querem sempre dar-lhes a actuação da sua vida.

Foto: Arlindo Camacho/NOS Alive

Eddie Vedder já é um velho conhecido dos portugueses, por isso já sabemos que ele vai falar connosco em português, algo que poderia parecer um esforço exagerado para delinear algum tipo de ligação com o país onde actuam, mas com Eddie tudo soa bem. Não conseguindo estabelecer o mesmo tipo de intimidade em concertos a solo (como aquele mítico concerto no Meco que terminou já depois das 4h30), Eddie tentou mesmo assim em todos os momentos aproximar-se dos 55 mil espectadores, mesmo os que estavam mais longe do recinto. E se faixas como “Go” ou “Mind Your Manners” não cheguem aos pináculos de extâse que “Even Flow” ou “Alive” conseguem, a verdade é que todos respeitam essas decisões de alinhamento e ouvem-nos até ao fim com o maior dos interesses, algo também difícil de conseguir actualmente.

“Daughter” chega-nos com uma adaptação de “It’s Ok” dos Dead Moon em português, “Está tudo bem”. Até ao encore temos um desfilar de músicas que nos fazem lembrar que os Pearl Jam ainda têm o que é preciso para fazer delirar tantos milhares num recinto aberto e com tantas distrações como um festival. “Black” deverá ter tido uma das maiores cantorias que Algés já sentiu no trecho “Why can’t it be mine”.

Chegado o encore, e sabemos que há tantas faixas que queremos ouvir do catálogo dos Pearl Jam, mas a banda não nos ajuda. Em 5 músicas escolhidas para o final do concerto, 3 são covers: “Imagine” de John Lennon, “Comfartably Numb” dos Pink Floyd e “Rockin’ in the Free World” de Neil Young. Para além disso, ainda temos uma “Porch” disfarçada de “Seven Nation Army”, que levou Jack White às gargalhadas nos ecrãs do Palco NOS. Não que as interpretações não tenham sido boas, pois obviamente que foram e carregadas com mensagens políticas fortes de Eddie Vedder, mas queríamos muito mais ouvir outros clássicos da banda como “Yellow Ledbetter” que acabou por ser preterida no alinhamento do encore.

Depois de “picado” pelos Pearl Jam, Jack White vir-se-ia a juntar a banda de Seattle para a música final, a “Rockin’ in the Free World”, dando-se um momento inesquecível em Algés, que muito se falou (e vai se falar) pelo mundo fora. 8 anos sem virem a Portugal poderá ter criado expectativas demasiado altas para este concerto dos Pearl Jam, que foi competente e emocionante, mas não transcendente. Ficou a faltar mais uma meia hora de duração e um encore mais certeiro. Fica na retina o coro uníssono de “Black” e a possibilidade de ver no mesmo palco Jack White e Eddie Vedder.

Foto: Arlindo Camacho/NOS Alive
SETLIST – PEARL JAM

Low Light
Better Man
Go
Mind Your Manners
Do the Evolution
Given to Fly
Interstellar Overdrive
Corduroy
Rats
Even Flow
Daughter
Unthought Known
Down
Jeremy
Can’t Deny Me
In My Tree
Black
Lukin
Rearviewmirror

Encore:

Imagine
Comfortably Numb
Porch
Alive
Rockin’ in the Free World

A CA Notícias esteve presente na edição deste ano do festival nos dias 12, 13 e 14 Julho e poderá consultar aqui toda a informação sobre o NOS Alive ’18.

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