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Crítica – Foge (Get Out)

Crítica – Foge (Get Out)

Get Out (ou Foge, em português) tem sido um pouco por todo o lado a grande surpresa de 2017.

Este peculiar filme de “terror” tem conquistado os críticos e os fãs com uma abordagem diferente do habitual. Em Portugal conseguiu ser a melhor estreia deste fim de semana de estreia (apesar de A Cidade Perdida de Z ter ficado só a 200 espectadores).

O trabalho de Jordan Peele, realizador do filme, merece todos os elogios que tem recebido. Nele, vemos um respeito pela inteligência e compreensão do espectador dando espaço a uma crítica social fortíssima através de um género de terror satírico (envolto em comédia também).

Abordar questões raciais com tanta destreza e subtileza não está ao alcance de qualquer realizador.
Essas questões são muitas vezes representadas no filme em “pequenos” vícios sociais – como tentar adaptar o discurso com expressões que são atribuídas à comunidade afro-americanos – que conseguimos detectar e rever no nosso dia a dia tornando a experiência ainda mais imersiva (e assustadora).

Caso ainda não tenha visto o filme, não aconselhamos que tente saber mais do que o que se vê no trailer. Por isso, contextualizamos só com o que está no trailer. Chris (Daniel Kaluuya), um fotógrafo afro-americano de sucesso, vai visitar a casa de família da sua namorada caucasiana Rose (Allison Williams). Nessa casa vivem os pais de Rose (Bradley Whitford e Catherine Keener), o irmão (Caleb Landry Jones), uma criada (Betty Gabriel) e um jardineiro (Marcus Henderson), ambos afro-americanos.

O terror que poderá ver não é o espíritos do oculto ou de sangue a jorrar. Não é esse tipo de filme que irá encontrar… Ele vem do desconforto que Chris sente durante toda a visita, da interpretação robótica de Betty Gabriel e Marcus Henderson, dos planos fechados e efeitos sonoros agressivos empregues na altura certa para, tal como Chris, sentirmo-nos desconfortáveis com tudo o que estamos a ver.

Para contrabalançar o tom sério, o filme oferece vários momentos de comédia mais simples mas muito eficaz. Esses momentos ocorrem maioritariamente nas cenas do amigo de Chris, LilRel Howery.

Get Out (Foge) torna-se assim um filme que merece e deve ser visto, ainda para mais nos dias que correm. Confia na astúcia e inteligência do espectador, dando uma experiência cinematográfica diferente do que tem sido habitual.

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