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A selecção nacional do Belenenses

A selecção nacional do Belenenses

Uma selecção nacional do Belenenses? Sim, sim, gosto de chamar-lhe assim. Afinal, eu até faço parte daqueles que costuma dizer que a “selecção nacional é o meu segundo clube!” Para bom entendedor… meia palavra basta.

Apesar de ter crescido a ouvir um anúncio da TV que referia o contrário, nem sempre O QUE É NACIONAL É BOM. Porém, é igualmente verdade que o que é nacional, muitas vezes é bem melhor do que o que não é.  Melhor e mais barato… se bem que há também quem diga que o barato sai caro. Opiniões.

Mas afinal, no Belenenses o que é nacional é bom ou não? Eu acredito que sim. No que ao futebol diz respeito, são incontáveis os exemplos que comprovam tanto uma posição como a outra, no entanto é com particular satisfação que admito ter uma preferência especial sempre e quando o Belenenses tem muitos jogadores de nacionalidade portuguesa. É um misto de orgulho que sinto ao constatar que o meu clube tem no seu plantel o número suficiente de jogadores para poder apresentar em campo um Belenenses 100% nacional. Este pode até ser um sentimento que reflecte alguma ingenuidade e bastante resistência a uma indústria (mais uma) que naturalmente cedeu ao fenómeno da globalização traduzindo-se cada vez mais precisamente naquilo que me apetecia que não fosse: um negócio frequentemente aliado a uma multiplicidade de interesses financeiros pessoais, que envolvem empresários, fundos de investimento e todas as outras modernices que contaminam a pureza que ainda existe num simples jogo de futebol.

Na sequência da habitual análise do plantel que normalmente a todos os adeptos entretém durante a pré-temporada, proponho-me a fazer uma previsão do que pode muito bem vir a ser um 11 inicial 100% nacional que o nosso treinador escolhe para vestir a nossa camisola azul de cruz de cristo ao peito. Apenas por curiosidade, o próprio Lito Vidigal apesar de ser angolano de nascença, também é cidadão português graças à dupla-nacionalidade que adquiriu por direito próprio.  O mesmo acontece aliás com o jovem Alfredo Ribeiro (o Fredy), que se pode considerar nascido e criado para o futebol no Belenenses, sendo que representa o clube há praticamente 15 anos.

Nada tenho contra jogadores, profissionais ou meros cidadãos estrangeiros, todos merecem igual respeito e oportunidades. Todavia,  num plantel de futebol a nacionalidade é frequentemente um denominador comum (ou não), que pode unir ou dividir o grupo consoante os casos. Muitos exemplos há que se podiam referir, mas prefiro centrar-me na análise técnico-táctica que me permitiu construir esta “selecção NACIONAL do 11 inicial do Belenenses”. Entre parênteses, a idade de cada jogador:

Na baliza, Rafael Veloso(20) tem um futuro promissor à sua frente. Com apenas 20 anos perfila-se como o herdeiro natural de Matt Jones(28), se, ou quando, o inglês desejar regressar ao futebol britânico.

Na defesa, à direita, Mário Palmeira(24), um central que pode jogar na posição de defesa/lateral direito, isto no caso de não ser contratado um lateral com mais experiência e rotinas de posição que o jovem André Teixeira(20). Na zona central da defesa, o João Meira(27) que, a manter-se integrado no actual plantel, poderá jogar como central no lugar mais natural do Palmeira. Ao seu lado, o Gonçalo Brandão(27) que, mais cedo ou mais tarde, julgo que vai reconquistar a titularidade, apesar da enorme entrega e atitude que o João Afonso(32) apresenta sempre que é chamado ao 11. Creio que um central esquerdino, como é o Gonçalo, que está igualmente rotinado a fechar o lado esquerdo da defesa pode ser bastante útil para quem tem um lateral como o Filipe Ferreira(23) que gosta de se envolver nos processos ofensivos. O Filipe que por sinal terá concorrência do Daniel Martins (20) cujas características ofensivas e alguma inexperiência, fruto da idade que tem, também beneficiam da existência de um central capaz de fazer “as dobras” ao lateral esquerdo.
No meio campo, o incansável Bruno China(32) perfila-se para desempenhar a função de trinco e é aliás o médio com pendor mais defensivo de que dispomos no actual plantel à data de hoje – oxalá pudéssemos contratar um clone do Diakité para jogar na posição 6, mas isso já são contas de outro rosário. Ao seu lado, ou um pouco mais à frente, creio que se poderia adaptar o nosso internacional sub 21, Tiago Silva(21), atribuindo-lhe funções de construtor de jogo, posicionando-se numa zona mais recuada da que normalmente está acostumado a pisar. À frente dos dois médios centro, temos um trio a quem não falta talento, mobilidade e versatilidade para desempenhar funções mais ofensivas: Fredy(24), normalmente surge encostado à direita mas pode jogar no centro como ficou demonstrado por diversas ocasiões na temporada anterior; Miguel Rosa(25), que a meu ver pode fazer o papel de “joker” a quem é concedida liberdade para desequilibrar vindo da esquerda para o centro e com liberdade para finalizar;  Fábio Sturgeon(20), que com a sua velocidade e espontaneidade vai provavelmente surgir como 2.º Ponta de Lança na zona central, mas que é capaz igualmente de jogar perto da linha lateral. Estou convencido que 2015 poderá de facto ser o ano de “explosão” do Sturgeon.

Como alternativa, o Abel Camará(24) também pode surpreender usando a sua irreverência para desempenhar funções de apoio ao ponta de lança e quanto ao outro Fábio, o Nunes(21) vai ter ainda muito que trabalhar nos treinos ou rodar mais um tempo noutro clube se quiser fazer parte das opções principais, que aliás era exactamente que eu gostaria que sucedesse no caso do Ricardo Alves(21)
No centro do ataque, Tiago Caeiro(30), cuja experiência, envergadura e poder no jogo aéreo são os pontos mais fortes que o definem, oferecendo assim à equipa uma referência no interior da área… e idealmente, muitos golos. Sejam eles marcados por portuguese ou pelos brasileiros Deyverson(23) e Rodrigo Dantas(24), pelo cabo-verdiano Mailó(22), ou por qualquer outro, incluindo inclusivamente o finlandês Danielsson (33), aquilo que todos queremos é que “alguém meta a bola lá dentro” para podermos gritar GOLO!

Apesar deste meu orgulho nacional (que não nacionalista, atenção!), independentemente da origem, das crenças ou das preferências de cada um, há algo que a todos une, enquanto jogadores ou adeptos de futebol: aquela paixão que nos invade ao gritar golo e a vontade de dar um abraço a quem está ao nosso lado. É assim que desejo que jogadores, adeptos e dirigentes pudessem sempre conviver, unidos pelo desejo de alcançar muitas vitórias desportivas. Uma união cuja base é algo que, idealmente, TODOS devem ter em comum: o AMOR e DEDICAÇÃO ao Belenenses e a defesa dos interesses colectivos tem que SUPERAR quaisquer diferenças ou interesses individuais que eventualmente existam e nos possam SEPARAR. Para bom entendedor… estas palavras deviam bastar, mas precisamos de ver acções para continuar a acreditar.

Espero que o desejo expresso no último parágrafo possa ser concretizado tanto pelos jogadores dentro do campo como pelos dirigentes fora dele (do clube e da SAD). Para bem de todos, se os vários membros da nossa família belenense estiverem, sempre e em qualquer circunstância, unidos e a remar para o mesmo lado com determinação e vontade, HOJE, como antigamente, nada temos que temer…

…Belenenses para a frente, COM A CERTEZA DE VENCER!
ElePhan7

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